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Cobranças

Somos ágeis em cobrar favores, dívidas, empréstimos e coerência. Raras vezes poupamos

Márcia Moreno Campos
Publicado em 17/05/2015 às 11:50Atualizado em 17/12/2022 às 00:07
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Somos ágeis em cobrar favores, dívidas, empréstimos e coerência. Raras vezes poupamos amigos e familiares de cobranças incômodas, que quando não são diretas, são sutilmente insinuadas. Infelizmente o mesmo não ocorre quando se trata de cobrar do Poder Público a prestação de contas da empregabilidade do dinheiro nosso de cada dia que, compulsoriamente, através dos impostos, depositamos nas mãos dos eleitos para administrá-lo. Nesses casos somos lenientes, compassivos, amorfos. Qualquer propaganda bonita na TV nos convence de que estão fazendo tudo para gastar bem e em nosso proveito, nosso dinheiro. Que erro!

Cada dia mais eu me convenço de que os brasileiros não conseguem dimensionar em suas vidas a exorbitância da nossa carga tributária. Não se dão conta de que tudo que compram, seja serviços ou bens, embute um percentual altíssimo de impostos. Muitos só consideram imposto, o direto, sobre a renda, e quando então recebem restituição, acham que o governo é justo e bonzinho e que só os ricos pagam. Que falácia! Que falta de informação! Pagamos em tudo, para tudo, e sem poder opinar no destino que deveria tomar nosso dinheiro, obtido com nosso trabalho. Fico imaginando como seria o Brasil se efetivamente exigíssemos um mapa de dispêndio prévio de recursos arrecadados pelos municípios, Estados e União. Quantas obras faraônicas e inúteis deixariam de ser construídas? E quanto sobraria de recursos para serem aplicados em escolas e hospitais?

Estou estarrecida com a situação calamitosa em que o ex-governador petista de Brasília deixou a cidade. Cobriu de luxos residências oficiais e zerou o dinheiro em caixa para pagar professores e médicos. Consequência? Para ele, zero. Para o povo, o de sempre: sofrimento e resignação.

Aqui em Uberaba, quero como cidadã, cobrar uma prestação de contas dos gastos com o projeto e construção do sistema BRT/Vetor. Primeiramente, questiono sua conveniência e oportunidade, já que encavalado com o projeto “Água-Viva” e adotado em uma cidade com um dos maiores índices de carros por habitantes do Brasil, além de ser uma cidade que não dispõe de avenidas largas o suficiente para comportar, sem transtornos, tal sistema. Acompanhei pela imprensa as inúmeras viagens do prefeito anterior a Curitiba para discutir o projeto, todas claro, bem remuneradas e em tempo de internet e outros meios de comunicação, que poderiam torná-las prescindíveis. Depois vieram os gastos com a obra, os atrasos, os acordos estranhos, transtornos para nós motoristas e resultado que deixou e deixa muito a desejar. Está na hora de sabermos o custo/benefício de grandiosa iniciativa do ex-alcaide. Os prejuízos já conhecemos. Que o digam os comerciantes da Av. Leopoldino de Oliveira. Falta saber os custos e aferir a satisfação dos cidadãos uberabenses. Transparência é o que proponho e que sejamos ouvidos para que, se possível, e se for o caso, não se erre mais no futuro. Temos que imputar responsabilidades.

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