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Sem educação!

Véspera do Dia da Mães. A data seria mais que propícia para homenagear essa mulher

Marília Andrade Montes Cordeiro
Publicado em 09/05/2015 às 19:28Atualizado em 17/12/2022 às 00:14
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Véspera do “Dia da Mães”.

A data seria mais que propícia para homenagear essa mulher escolhida para fazer o trabalho de Deus aqui na terra.

Mãe – Eterna educadora! Companheira incansável de todas as horas...

Mas meu olhar anda mais que atento às circunstâncias atuais de nosso país e a palavra educação provoca mil sinapses!

Nossas mentes andam tensas e sobrecarregadas das más notícias que povoam os noticiários: cortes, demissões, quebradeiras, corrupção e no Paraná – estado governado pelo PSDB do sociólogo e intelectual Fernando Henrique – PAU NOS PROFESSORES.

Situação inadmissível em qualquer circunstância!

E, eu deletei ou realmente não houve nenhum tucano bicudo comentando o assunto!?

País que bate em professor não pode ficar indignado com a corrupção, sentencia Jaime Simão.

Estou chocada! Cansei de ver o tema primordial de um país ser relegado ao último patamar.

Escandaliza-me observar como interesses pessoais e jogadas eleitoreiras sempre ficam acima da prioridade maior de uma pátria.

Se não houver investimento rápido e maciço na educação jamais teremos a redenção do nosso Brasil. Continuaremos a fingir que educamos. Continuaremos a divulgar índices fictícios. Mas nos confrontaremos com uma realidade totalmente adversa.

Alunos que saem da escola sem saber ler e muito menos interpretar. Jovens violentos, sem ideal, sem carisma, sem ambição. Que elegem mal e perpetuam o ciclo de péssimos administradores.

Em um estudo publicado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o salário do professor brasileiro aparece em penúltimo lugar, atrás da Turquia, do Chile e do México.

Educar é vocação sim, mas o professor também precisa de pão, de reciclagem, de respeito.

E leio aterrorizada o governo propor corte de bilhões na educação e saúde. Não ouço ninguém exigir veementemente cortes na onerosa e saturada máquina pública.

Não vejo ninguém propor um pacto para tentar redesenhar nosso obsoleto e enfadonho sistema educacional.

Chega de gastos exorbitantes com computadores que logo estão quebrados, defasados e em desuso.

Menos materialidade, mais contato físico, sem medo de assédio moral, mais dignidade, mais teoria aliada a uma prática vigiada e severa.

Mais professores capacitados e amorosos.

E, por favor, livros, bibliotecas. Vamos ter tempo de ler, de contar histórias e viajar por fábulas que possam servir de exemplos.  

“Educar é botar dentro do indivíduo, além do esqueleto de ossos que já possui, uma estrutura de sentimento, um esqueleto emocional”, ensinou Cecília Meirelles.

Você vê alguma luz no fim do túnel, bravo professor?

Eu não! Confesso que há tempos abandonei o barco. Cansei de ser desrespeitada e ser cobrada pelos resultados medíocres da educação.

Porém, hoje, véspera do “Dia das Mães”, abro meu coração para agradecer a todos os meus ex-professores. Reconheço em mim, um pouco de cada um de vocês. E gosto do que me tornei!

(*) Mãe de família

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