Primeiro de Maio

Passou 1o de Maio, Dia do Trabalhador, e a presidente Dilma não fez pronunciamento pela televisão ou rádio. Valeu-se das redes sociais, por receio de panelaço, como já aconteceu em outra ocasião.

Como a data se foi, naufragou a expectativa de o trabalhador se ver valorizado num país que andou remando contra a maré e só agora parece começar a acertar seu rumo. Dilma não apareceu, mas Lula soltou o verbo em palanque: “...eu sou bom de briga!”, disse, enfrentando a oposição, lembrando tempos de militância sindicalista. E se declarou contra a aprovação da Lei de Terceirização, pois, com ela, o Brasil voltaria ao que era antes do governo de Getúlio Vargas, quando os trabalhadores não tinham direitos.

De fato, nas comemorações do Dia do Trabalhador, Vargas geralmente estava no São Januário, estádio de futebol do Vasco da Gama, articulando o célebre vocativ “Trabalhadores do Brasil...” Getúlio, criador do Ministério do Trabalho e Emprego, foi quem sancionou o Decreto-Lei número 5.452, de 1o de maio de 1943, que fez surgir a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), unificando toda a legislação trabalhista brasileira, sanando a necessidade de proteção ao trabalhador e consagrando esse diferencial na história brasileira.

Fruto de 13 anos de trabalho de exímios juristas, a CLT visa, principalmente, à regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho. Ela regulamentou, dentre outros assuntos, o registro do trabalhador, jornada de trabalho, férias, processo trabalhista e organização sindical.

Os presidentes foram se sucedendo e a esperança de todo cidadão honesto e batalhador foi se revigorando. E é por isso que a nação quer estar sempre informada do posicionamento e do trabalho dos dirigentes deste país democrático em favor de seu povo (o que pode se efetivar por manifestações governamentais, como o aguardado discurso dessa data) e, mais ainda, espera que os dirigentes estejam tão ávidos de repassar essas informações que aguardem pela chegada dessa oportunidade com entusiasmo.