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Esse chão é meu

No ano de 1971, a cantora Eliana Pittman nos encantou com um samba do grande João

João Eurípedes Sabino
Publicado em 24/04/2015 às 19:57Atualizado em 17/12/2022 às 00:27
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No ano de 1971, a cantora Eliana Pittman nos encantou com um samba do grande João Nogueira que diz: “Esse mar é meu. Leva seu barco pra lá desse mar. Esse mar é meu. Leva seu barco pra lá. Vá jogar a sua rede das duzentas para lá...”

O samba foi motivado pela delimitação do nosso mar territorial em duzentas milhas quando o mundo queria nos impor apenas doze. Depois, o assunto foi esquecido. Sinal de que o esforço brasileiro e a voz de Eliana Pittman foram ouvidos.

Os fatos se repetem. Estamos hoje diante de algo que nenhum uberabense esperava: mudaram de lugar, e em nosso desfavor, as placas que sempre indicaram a divisa entre os municípios de Uberaba e Uberlândia. Elas ficavam estáticas às margens da BR-050, sem despertar curiosidades. Com a mudança, o ISSQN, ICMS e outros tributos, então recolhidos no Município de Uberaba, podem ir para Uberlândia.

Entrou em cena o vereador Kaká Se Liga, que, num gesto aparentemente simples, chamou para si a missão de voltar as placas para os devidos lugares. O assunto ganhou repercussão e o Ministério Público foi acionado. Os milhares de veículos que passam diariamente pelo pedágio, somados a empreendimentos rurais e imóveis renderão aos cofres de Uberaba. A Lei n.º 336, de 27/12/1948, e outras voltarão a ser respeitadas.

“Este chão é meu! Chega essa a placa pra lá, companheiro. Esse chão é meu, chega essa placa pra lá!”, poderia dizer mais ou menos assim, num samba, o poeta uberabense Dr. Ramiro Neto.

Diligenciando no sentido de apurar as causas do acidente rodoviário que ceifou a vida de dez adolescentes e três adultos, próximo ao Rio Tijuco, constatei que, na Escola Municipal Maria Carolina Mendes, alunos do município de Uberlândia vinham estudar ali e outros de Uberaba estudavam em escola municipal de Uberlândia. Questões de comodidade, porque ambos os municípios naquela região se adentram como se fossem duas amplas cunhas invertidas, obedecendo a acidentes geográficos demarcados pela natureza.

Hoje o fato (mudança das placas) pode não ter tanta relevância, mas no futuro a história o evidenciará.

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