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O que é aceitação?

Convivendo diariamente com pessoas em situação de perdas e lutos, fico observando...

Vera Lúcia Dias
Publicado em 17/04/2015 às 20:35Atualizado em 16/12/2022 às 03:32
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Convivendo diariamente com pessoas em situação de perdas e lutos, fico observando nas lições de vida que se consegue tirar das situações difíceis.

Observo o quanto são adequados os estudos que da Psicologia do doente e do enlutado, identificando as fases pelas quais eles passam.

Qual de nós, ao receber uma notícia ruim, nunca se pegou duvidando de sua veracidade com as palavras: “Isso não é, não pode ser verdade?”.

Quando não podemos mais negar uma realidade que não esperávamos, somos acometidos de grande raiva ou revolta dirigida contra tudo e contra todos: “Por que comigo?”; “por que agora?”; “o que fiz para merecer esse castigo?”.

Enfrentada a raiva, surge o desejo de reverter a situação por meio de promessas que são tentativas de barganhar com Deus ou de buscar qualquer recurso que represente uma esperança de cura. Aí vale a ação de curadores, benzedeiros, médiuns, plantas milagrosas, etc.

Caminhando mais um pouco nesse processo é comum surgir a depressão, que, segundo os autores, pode ser de dois tipos. Primeiro, uma reativa ao que concretamente já se perdeu, e uma segunda, denominada antecipatória, pelo pressentimento do que está por vir e do que ainda poderá se perder.

Vencida a depressão é que, finalmente, chegamos à aceitação, que, como podemos ver, pressupõe a passagem de muita água sob a ponte e isso não acontece espontaneamente, apesar de cada um viver esse processo todo de maneira própria.

Vocês podem estar se perguntando o que é aceitação? Eu diria que é o sentimento que experimentamos quando compreendemos que determinadas coisas são como são e que não podemos mudá-las; que não adianta, como diziam os antigos, “dar murro em ponta de faca”, ferindo-nos ainda mais...

A grande dúvida para muitos é saber definir o que deve ser aceito e o que não pode ser aceito. Nesse ponto, eu fico com a clareza e simplicidade da chamada Oração da Serenidade: “Que Deus me dê coragem para mudar o que pode ser mudado. Paciência para aceitar o que não pode ser mudado e Sabedoria para distinguir uma coisa da outra!”.

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