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Fé e Comunidade

A espera da ressurreição de Cristo já passou. Agora são novos tempos, novos compromissos

Dom Paulo Mendes Peixoto
Publicado em 11/04/2015 às 19:20Atualizado em 17/12/2022 às 00:38
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A espera da ressurreição de Cristo já passou. Agora são novos tempos, novos compromissos e concreta prática da fé na vida comunitária. Não somos seres isolados e sem compromisso uns com os outros. Temos uma identidade social, que pode ser fortalecida ou não pela prática da fé, na vida cristã. Ela pode fertilizar e dar qualidade aos nossos relacionamentos na convivência social.

A fé, vivida na comunidade, provoca partilha e vida fraterna. Cada um passa a sair de si mesmo e se dedicar ao outro, revelando sua capacidade de construir a “cultura do encontro”, nos dizeres do papa Francisco. Isto significa que a fé tira a pessoa do fechamento e da vida hermética, protegida por barreiras que distanciam os indivíduos uns dos outros, tira do isolamento causador de sofrimento.

Numa comunidade comprometida de fé e de partilha, ninguém passa grandes necessidades. Numa sã consciência, podemos dizer que não há necessidade de acúmulo, porque estamos deixando espaços vazios na vida de outros. O acúmulo significa deixar que alguma coisa vai prejudicar alguém de viver com dignidade.

A história dos povos sempre teve regras de conduta para harmonizar as diferenças. Na fé cristã temos os mandamentos do Senhor que, vividos dentro do contexto do amor a Deus, a pessoa será capaz também de amar os outros na comunidade, mesmo numa cultura de muitas diversidades, que afetam a todas as pessoas.

Como a fé tem dimensão comunitária, quanto mais a pessoa se afasta de sua própria comunidade, mais aumentam as dúvidas. Foi o que aconteceu com o apóstolo Tomé. Estando distante do grupo, não foi capaz de acreditar na ressurreição e exigiu ver o ressuscitado para acreditar Nele. A fé é mistério e ultrapassa os condicionamentos e sinais humanos.

O cristão não pode perder sua identidade fundamentada na fé. Sabemos que paira na sociedade uma tendência muito forte de massificação, provocada por uma mídia superficial e com falta de compromisso com a integração comunitária. Corremos o risco da infecundidade e de não contribuir com o bem comum. (*) Arcebispo de Uberaba

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