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Consequências

Costumo dizer que tudo na vida são consequências. Quando em tempos idos

Márcia Moreno Campos
Publicado em 08/03/2015 às 11:35Atualizado em 16/12/2022 às 03:36
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Costumo dizer que tudo na vida são consequências. Quando em tempos idos, as pessoas consultavam oráculos para saber do seu futuro. Descobriu-se que no mais importante deles, o Oráculo de Delfos, a inscrição que revelava o grande segredo era: “Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo”. Essa máxima simples revela-nos o futuro ao nos dar a dimensão de como será nossas vidas. O autoconhecimento nos permite prever, sem bola de cristal, como reagiremos às diversas e inevitáveis situações a que seremos submetidos ao longo da vida, baseado em como vivemos e fazemos hoje. Conhece-te a ti mesmo e permita-se entender o mecanismo da vida. Se você é uma pessoa flexível, calma, boa, terá melhores chances do que aquelas que são rígidas, fechadas, egoístas e arrogantes. Consequências estão por toda parte. Todavia, quando vivemos essas consequências, acabamos nos esquecendo propositadamente, ou não, das causas que nos conduziram a elas e as encaramos como fatos independentes, brotados do nada.

Pensaram os brasileiros que os gastos elevadíssimos realizados para lustrar a vaidade de um ex-presidente que, a despeito de tudo, teimou em trazer a Copa do Mundo para o Brasil, não gerariam consequências desastrosas? Será que ninguém conseguiu prever o futuro ao entregar o país a pessoas sem preparo, inconsequentes, ávidas de Poder e cheias de falácias e ideologias? Quando se abriu crédito para a compra de carros por todos, sem se preocupar com o planejamento do trânsito, com a conservação das estradas e com o endividamento do cidadão, será que já não estava claro o caos que se avizinhava? Mas o importante sempre foi o efeito eleitoreiro imediato, como se as ações não cobrassem seu preço. Agora, ah agora, estamos nas consequências. Um país quebrado, corrupto, sem credibilidade. Para socorrê-lo das barbaridades governamentais, apela-se para cortes de benefícios e aumento de impostos, pagos pelo povo, objeto e sujeito desta sina.

Voltemos um pouco mais. Um exercício de memória e logo chegaremos à causa das causas, o voto. Quando conseguirmos associar o peso de um clique na urna eletrônica ao valor que pagamos para viver, começaremos a mudar. Quando responsabilizarmos nossos atos de hoje, ao que colheremos amanhã, teremos com certeza melhor sorte. É tempo, pois, de mudança e reflexão. Tudo que fazemos ou deixamos de fazer tem consequências. O nosso imobilismo de hoje será cobrado com juros e correção amanhã. Exemplos não faltam.

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