ARTICULISTAS

Uberaba

Luiz Cláudio dos Reis Campos
Publicado em 03/03/2015 às 09:20Atualizado em 16/12/2022 às 03:36
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Rendo homenagem a Uberaba, ao completar 195 anos, com um pouco do que já escrevi sobre uma parte da cidade que admiro muito. Talvez, por ter nascido na Rua do Carmo, nas redondezas do Mercado Municipal, considero essa região de especial encanto e beleza. Compõem o cenário a faculdade de medicina, hoje UFTM, palco de memoráveis encontros acadêmicos, abastecidos durante décadas pelo saudoso Bar do Mil Réis. Morro acima está o majestoso colégio Nossa Senhora das Dores que, com certeza, está impregnado na lembrança de várias gerações que por ali passaram e nos remetem ao tempo da escola das irmãs dominicanas, exclusiva para o sexo feminino e dos irmãos maristas do Diocesano, para o sexo masculino. Aliada ao colégio das “freiras”, como era chamado, vem a bela capela, majestosa e singular por nos fazer descer ao altar por força de sua íngreme escadaria. Lá, dentro de sua nave, compartilhamos o silêncio estrondoso que nos revela a importância de reverenciar o passado para depreender o que somos e cultuar nossa origem, para perpetuá-la. Do outro lado, estão Santa Rita e São Domingos. Ela, singela, de inestimável conteúdo e forma, abençoa-nos desde os primórdios. Acolhe agora em seu ventre o museu de arte sacra que reúne paramentos, imagens, vestes, mobiliário que dão o sentido histórico de nossa importante Cúria Metropolitana. Com um pouco mais de fôlego alcançamos a Igreja São Domingos, de rara beleza, comparável às mais suntuosas obras góticas europeias, com um detalhe especial: edificada com a nossa pedra tapiocanga. Por ali muitos se recordam da presença ativa dos dominicanos, congregando para refletir questões ligadas à formação cristã e humanista. No centro deste invejável complexo situa-se o nosso tradicional Mercado Municipal, com sua maturidade secular, sobrevivendo em meio a tantas inovações e modalidades de consumo atuais. Consegue firmar-se por preservar a essência de origem, o vínculo informal e estreito entre “freguês” e dono da “venda”. Nesse espírito de pouco requinte e agradável conforto humano, com uma boa “roda de prosa”, não é apenas um local de compras, mas, também, um espaço de convivência intensa, principalmente aos domingos, dos que aqui residem e daqueles que vêm visitar seus familiares. Momentos para conhecer e ou relembrar passagens das várias genealogias que aqui proliferaram e hoje se espalham em profusão e que bem sabem acolher. Parabéns, Uberaba, com muita prosperidade.

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