ARTICULISTAS

Passos da cidadania

Todas as vezes que vejo os direitos dos animais serem respeitados sinto certo conforto

João Eurípedes Sabino
Publicado em 20/02/2015 às 19:53Atualizado em 17/12/2022 às 01:21
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Todas as vezes que vejo os direitos dos animais serem respeitados sinto certo conforto. Eles, como irracionais, não dispõem de um foro para requerer às autoridades competentes a defesa que merecem. As pessoas sensíveis é que se perfilam para protegê-los e com isso, a cidadania caminha passos à frente. Como assim? Cidadania para animais? Eu me explico.

Institutos legais relativamente novos quando aplicados sensatamente resultam em avanços da cidadania. Enquanto vemos nas ditaduras a concessão de privilégios voltados às classes dominantes, na democracia os de menos e os de mais posses têm, ou deveriam ter, direitos iguais. Na sequência, observadas as diferenças, veem os animais.

Hoje a criança, a mulher, o idoso e o consumidor, por exemplo, dão mostras claras de que a democracia avança em favor deles, todavia, todos padecem de um mesmo mal, que é o risco de recaída. Longe de mim, voltar a ver pessoas prontas para me dedurar ao regime de exceção só porque tenho estas e outras ideias. Há algum mal no que escrevo aqui?

Vejamos o que prescreve a  Constituição da República Federativa do Brasil promulgada no dia 5 de outubro 1988 em seu artigo 5º, inciso IV: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Inciso IX: “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”.

Não há dúvidas de que são livres: o ato de manifestar o pensamento e o de expressar a atividade de comunicação. Obstar quanto a isso e usar a intimidação para asfixiar tais sagrados princípios; é descongelar ovos da ditadura. Eis aí o maior dos prejuízos que se possa impor à sociedade, quando lhe são tirados a liberdade de pensar e o direito à informação.

De um sábio oftalmologista: “A pior miopia é a que nos permite ver o ditador que está no outro, mas não nos deixa ver aquele que levamos dentro”. Às vezes não somos tão ditadores, mas que somos, somos...

Daí o cuidado que devemos dispensar aos Inspetores de Quarteirão que, travestidos de democratas, agem à revelia do pacífico mandatário.

(*) PRESIDENTE  DO  FÓRUM  PERMANENTE  DOS  ARTICULISTAS  DE  UBERABA E  REGIÃO. MEMBRO  DA  ACADEMIA  DE  LETRAS  DO  TRIÂNGULO  MINEIRO

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