ARTICULISTAS

Quando me faltam palavras

Vera Lúcia Dias
Publicado em 23/01/2015 às 11:42Atualizado em 17/12/2022 às 01:44
Compartilhar

 Quando me faltam palavras

Sei que não posso reclamar de minha facilidade na lida com as palavras, mas, não obstante, algumas situações me deixam sem saber o que dizer.

Assim me senti em relação ao fato bárbaro acontecido há alguns dias aqui em Uberaba: a agressão física cometida contra a senhora Oni de Carvalho Andrade, que acabou resultando em sua morte.

Atualmente vivo com toda uma geração de amigos, preocupação com pais idosos e, não precisamos fazer exercício muito grande de imaginação, para nos preocupar com o mesmo acontecendo conosco.

Crimes como este sempre nos sensibilizam, mas no caso de Oni, a quem conheci desde minha infância, meus sentimentos foram tão intensos a ponto de me acovardar e faltar coragem de me aproximar de seus filhos.

Quando tomei conhecimento da agressão sofrida, minha memória trouxe uma cena que se repetiu durante sete anos de minha vida estudantil no Colégio Castelo Branc Oni, que ali perto residia, transitava diariamente para se dirigir à casa de sua mãe, que residia na pracinha Afonso Teixeira. Ela sempre no meio segurando a filha por uma mão e o filho pela outra.

O tempo passou, os meninos cresceram. Ela, funcionária que fez carreira no Banco do Brasil. Ele, com os cabelos hoje grisalhos, com função de destaque na Caixa Econômica Federal. Ambos não residem mais em Uberaba, mas os caminhos da internet acabaram por fazer nossas vidas se cruzarem, recentemente.

Hoje, nessa insegurança em que vivemos todos nós brasileiros, sinto-me impelida a registrar nesse espaço que me é concedido quinzenalmente, toda a minha decepção com tudo a que estamos sujeitos pelas ruas de nossas cidades ou dentro de nossos próprios lares.

É muito triste saber que pessoas como a mãe de vocês, Sérgio e Eliane, pessoa que nunca fez mal ninguém, tem um fim de vida como o que presenciamos e, é por isso que faltaram palavras. Por achar que nenhuma delas seria adequada o suficiente para ajudá-los a compreender o ocorrido ou colaborar na amenização de seu compreensível sofrimento.

Sei que Sérgio, enquanto espírita de nobre coração, tem sua leitura própria de mundo e de vida, que certamente não alimenta sentimentos de vingança, e sim de justiça, mas de qualquer forma ficam aqui as sinceras condolências de uma velha amiga...

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por