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Até quando o câncer...

Estudos por nós realizados nos Institutos Nacionais da Saúde (Agência governamental

Valdemar Hial
Publicado em 21/01/2015 às 19:42Atualizado em 17/12/2022 às 01:46
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Estudos por nós realizados nos Institutos Nacionais da Saúde (Agência governamental do departamento de Saúde dos Estados Unidos), em meados dos anos 70, em animais de experimentação, mostraram que os anti-inflamatórios não esteroides como, por exemplo, os salicilatos (aspirina), eram capazes de inibir o crescimento de alguns tipos de câncer. Recentemente, na Inglaterra, alguns pesquisadores conseguiram os mesmos resultados em humanos.

Com a publicação dos nossos resultados, alguns jornalistas brasileiros nos procuraram para falarmos sobre nossos estudos, imaginando que nossos resultados seriam a eliminação deste grande mal que tanto aflige a humanidade. Dirigindo-me ao jornalista, disse-lhe que aquele era um estudo feito em alguns cânceres e que vários estudos precisariam ser realizados em diferentes tipos de câncer. Mas, o jornalista não se conformando com a resposta, perguntou-me se a cura do câncer estava próxima. Pensei, pensei, pensei e com os conhecimentos da época, afinal eu estava no maior instituto de pesquisas médicas do mundo, disse:

- O câncer atravessará o século 20.

Sabemos, no entanto, que alguns tipos de câncer, quando diagnosticados precocemente, terão grande probabilidade de cura.

O grande problema que nos desafia na luta contra o câncer, é a diferenciação celular. Como uma célula submetida a agentes externos ou a transtornos genéticos se proliferam de maneira desordenada?

O início da vida é uma diferenciação celular, ou seja, uma célula única – o ovo –, resultante da fecundação do óvulo pelo espermatozoide, dá origem a todas as células, tecidos e órgãos do nosso organism os neurônios, os músculos, a pele, o fígado, os rins, os ossos, os intestinos, o pâncreas e etc. Porém, nosso conhecimento sobre esse processo é, ainda, insatisfatório. 

Creio que, no dia que conseguirmos entender por completo esse fantástico mecanismo, provavelmente, estaremos perto de vencermos a batalha contra todos os cânceres.

Outro grande desafio será sensibilizar nossos governantes a investirem mais em pesquisas e no tratamento do câncer, pois o que não faltam são oncologistas competentes.

Na época, os Institutos onde eu trabalhava, receberam um grande aporte financeiro do governo americano para pesquisas em hipertensão e câncer e, então, perguntei a um colega de serviç

- Por que tanto dinheiro?

E a resposta foi:

- O presidente é hipertenso e a sua mulher está com câncer.

Pensei comig será que é necessária tamanha desgraça para que haja mais investimentos em pesquisas?

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