Tal qual na Alemanha Nazista também aqui ninguém está livre de ser responsabilizado
Tal qual na Alemanha Nazista também aqui ninguém está livre de ser responsabilizado pelo tsunami aterrorizador de corrupção que assola nosso país. Em 2014 – data em que se comemora o Primeiro Centenário do início das hostilidades que deflagraram a Primeira Guerra Mundial – muitos títulos foram editados e dentre eles: Lower Wendy – As mulheres do Nazismo - Ed Rocco. Assim, distanciados pelo tempo, pudemos refletir a partir dos relatos e opiniões autorais sobre o conjunto de ações atrozes desenvolvidas por todos aqueles presentes nos cenários beligerantes, nos quais, evidentemente, não faltaram figuras femininas em todos os seus papéis: enfermeiras, professoras, secretárias, assistentes sociais, esposas e amantes. Todas elas contribuíram com mais do que o conforto de carrascos ou pela atuação no estendido aparelho burocrático onde as ordens de execução em massa eram eficazmente datilografadas, enviadas e recebidas; ou ainda se beneficiando dos saques de bens e invasões brutais nos espaços privados daqueles que politicamente perderam seus direitos humanos fundamentais. Estavam também presentes em piqueniques nos campos de extermínios, não apenas como responsáveis pela preparação e distribuição da comida aos oficiais, mas também fazendo parte dos assassinatos em curso.
Se a democracia se assenta na liberdade política dentre outras (liberdade de expressão e liberdade de criação) que implica a multiplicidade de partidos políticos, livres para expressar a gama de opiniões possíveis e que podem ascender à direção do Estado pelo voto, em condições pacíficas e regulamentadas dos eleitores, há muito que nos distanciamos deste ideal a ponto de sermos continuamente convocados às ruas para a expressão das nossas necessidades que os numerosos, permanentes e bem pagos representantes não defendem. Estas convocações, nascidas das lideranças políticas em vigor, explodem com o princípio fundamental do espírito democrático onde o povo deveria ser verdadeiramente representado pelos seus líderes: vereadores, deputados e senadores... Atualmente, os concretamente ausentes das devidas câmaras, ou seja, o povo precisa se apresentar empunhando sua bandeira em passeata, manifestando objetivamente suas necessidades e seus conflitos. Os outros estão confortavelmente instalados num esquema vergonhoso de compra e venda de votos e opiniões, totalmente isolados daqueles que os elegeram. Mais interessante é perceber que a perda de uma eleição, fruto da decepção dos anteriores eleitores pela má atuação parlamentar, gera a indicação suprema para os mais altos cargos políticos compondo, assim, o seleto grupo de ministros, chefes de gabinetes, presidentes de estatais e muitos outros cargos de mando reconhecido – a cabeça da nação! Isso é o avesso democrático!
(*) Psicóloga e psicanalista [email protected]