Milagres de Natal

Era noite. Ao recolher suas ovelhas, um pastor notou a falta de uma delas. E foi ao seu encalço, no alto de uma colina. Avistando-a, o pastor inicialmente deu a ovelha como perdida, pois ela estava ao lado de um lobo. Com um olhar mais acurado, notou algo extraordinári além de o lobo não ter atacado a ovelha, parecia protegê-la. O pastor, então, aproximando-se dos dois animais, conseguiu conduzir a ovelha para um lugar seguro, sem ser incomodado pelo lobo.

Em seguida, para se aquecer, esse pastor fez uma fogueira e, distraído, pegou numa brasa, porém não se queimou. Depois, percebendo que uma estrela enorme brilhava sobre um estábulo, dirigiu-se até lá, indagando-se: “Que noite é esta em que lobos ficam mansos, fogo não queima e uma grande estrela aponta um estábulo?” Ao chegar ao destino, o pastor vislumbrou uma mãe contemplando o filho dela recém-nascido, que estava numa manjedoura. Aquela criança acabara de nascer para salvar o mundo. Era a noite do Natal de Jesus, o Menino Deus.

Esse acontecimento inspira artistas. Para relembrá-lo, São Francisco de Assis criou o presépio. E na sala principal de muitos lares, no mundo todo, é possível encontrar um presépio. Durante anos, em Uberaba, numa casa da Rua Treze de Maio, o habilidoso João Batista Giraud expôs um enorme presépio, com a manjedoura do Menino Jesus em meio a uma cidade com inúmeras figuras em movimento, uma fascinante e inesquecível atração natalina.

E o espírito natalino também leva os homens a sepultarem desavenças, vencerem diferenças e se aproximarem. Nesse clima, o mundo aplaude os presidentes Obama e Raul Castro, que reataram as relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, libertaram prisioneiros e prometeram continuar o diálogo, agora que se completam 53 anos do embargo imposto a Cuba.

A atuação de outro Francisco, o papa, peça fundamental nesse entendimento, foi ressaltada em noticiários. Juan Martin, irmão de Che Guevara, deseja que o pontífice consiga resultado similar em outras áreas de conflito no mundo.

O período natalino provoca milagres: abranda a ferocidade de um lobo, o calor do fogo e o coração da humanidade. Paz na Terra aos homens de boa vontade. É Natal!