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Evolução econômica de Uberaba- Parte II

A importância dessa rota para a configuração da Uberaba do futuro é enfatizada por Eduardo Nunes Guimarães

Guido Bilharinho
Publicado em 22/12/2014 às 09:29Atualizado em 17/12/2022 às 02:07
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 A importância dessa rota para a configuração da Uberaba do futuro é enfatizada por Eduardo Nunes Guimarães, professor e coordenador do curso de Economia da Universidade Federal de Uberlândia no início da década de 1990, ao informar que eram dois os caminhos entre o litoral e o centro-oeste: a via Anhanguera passando pelo porto da Espinha, que estranhamente localizou “nas proximidades de Conquista” , e a rota salineira (Rio-São João del Rei-Araxá-Patrocínio-Goiás-Mato Grosso), salientando, por fim, que “dadas estas condições, o arraial da Capelinha estava fadado a ser apenas mais um pequeno aglomerado humano, pois a rota do Anhanguera privilegiava comercialmente a localidade de Franca, que desenvolvia a função de entreposto de distribuição do sal, conhecido como ‘o sal de Franca’. Desta forma, por um lado, o arraial da Capelinha era polarizado por Franca [....] pelo outro lado, a rota salineira privilegiava a localidade de Araxá, que era, portanto, o principal ponto de ligação com a Corte brasileira. Mas temos o fato concreto sobre a emergência comercial de Uberaba [....] a existência da rota fluvial alternativa e economicamente mais rentável. Segundo nos conta Saint-Hilaire, ‘a nova rota salineira passava por São Paulo, Jundiaí, Campinas, porto de São Bartolomeu (rio Moji), descia pelo rio Pardo e subia pelo rio Grande buscando o porto da Ponte Alta, daí, através de carros de bois, chegava a Uberaba’ [....] Estabelecia-se assim um importante canal de mercantilização alternativo para o interior triangulino. Esta região e adjacências de Goiás e Mato Grosso forneciam ao litoral o gado e compravam o sal através da rota fluvial com entroncamento em Uberaba” (“A Transformação Econômica do Sertão da Farinha Podre”, revista História e Perspectivas nº 04, Uberlândia, UFU, janeiro/junho 1991, p. 13 e 14).

Esse ciclo dinâmico do comércio uberabense subsistiu, consoante frei Eugênio, até meados da década de 1850 - “quando eu cheguei em Uberaba [12/08/1856], estava a cidade em uma decadência notável” (apud Borges Sampaio. Uberaba: História, Fatos e Homens, p. 172) - e não até 1859, conforme indicado por Hildebrando Pontes ao afirmar que “esses trinta e dois anos (1827-1859) foram, no princípio, a época mais pujante do desenvolvimento de Uberaba, que alcançou as prerrogativas de vila e cidade” (op. cit., p. 91). (Continua.)

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