ARTICULISTAS

O pessimista sofre muito

Lembro-me daquele jovem que me procura chorando. Para ajudá-lo, pergunto: Filho

Padre Prata
Publicado em 14/12/2014 às 13:43Atualizado em 16/12/2022 às 03:44
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Lembro-me daquele jovem que me procura chorando. Para ajudá-lo, pergunt “Filho, qual é o problema que tanto o atormenta?” Ele olha para mim e diz angustiad “Padre, meu problema é ter problemas.” Na medida em que abria seu coração, derramava um pessimismo de assustar.

No mundo em que vivemos hoje, não é lá tão fácil ser otimista. Aumenta a insegurança. Os assaltos ocupam a primeira página dos jornais. As drogas corroem os jovens. A corrupção dentro da área política é coisa jamais vista. Os preços sobem. O PIB vira “pibinho”. Temos poucos representantes confiáveis. Representam a si mesmos. A saúde cada vez mais doente. O aposentado vendo seu salário minguando. Como ser otimista?

Quando tudo parece perdido nós nos lembramos do Apóstolo Paul “É preciso esperar contra toda desesperança.” Mesmo quando nos fazem de otários, não podemos perder de vista aquela luzinha lá no fim do túnel.

Vou contar-lhe duas estórias. Rostos de duas crianças. Uma pessimista, outra otimista,  apesar de irmãos. Alternavam suas vidas entre uma chácara e uma casa na cidade. Na véspera do Natal, fizeram seus pedidos. O pessimista pediu um autorama. O otimista pediu um cavalo. Para o pessimista, o pai comprou o melhor autorama que encontrou, vermelho. Para o otimista, para testá-lo, na véspera do Natal, pegou na chácara umas cinco pelotas de excremento de cavalo. Na manhã da festa, os garotos e o pai correram para ver os presentes. O pessimista, ao ver o autorama, reclamou: “Que brinquedo feio, papai, por que não comprou de outra marca? Esta é uma porcaria”.  Quanto ao otimista, abraçou o pai, gritando de alegria:

“Papai ganhei um cavalo, ganhei um cavalo.” O pai respondeu ao filho, que chorava: “Que cavalo? Não estou vendo cavalo nenhum”. E o filho dando pulos, disse ao pai: “Ele deve estar pastando lá no jardim.  Olha o cocô dele aí no tapete!”

É uma estória de criança, mas espero que você tenha entendido.

(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo [email protected]

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