ARTICULISTAS

Isabella Nardoni e as Oficinas de Parentalidade

Em minha última entrevista à jornalista Indiara Ferreira para seu programa JM Mulher

Vera Lúcia Dias
Publicado em 12/12/2014 às 20:20Atualizado em 17/12/2022 às 02:15
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Em minha última entrevista à jornalista Indiara Ferreira para seu programa JM Mulher, a mesma perguntou-me qual foi o assunto que mais me impressionou em meus 43 anos de escritos e respondi-lhe que, sem dúvida, foi o caso de Isabela Nardoni, alvo de dois artigos publicados no JM e inseridos no meu livro NAS TRAMAS DA VIDA.

No segundo dos artigos citados escrevi: “... Em minhas cogitações íntimas e que nem sei se deveria fazê-las públicas, só consigo enxergar o pai de Alexandre como coautor do crime. Não me surpreenderia se, a qualquer momento, a História trouxesse à tona a notícia de que partiu dele, enquanto experiente advogado, a sugestão de que a menina fosse jogada pela janela e que Alexandre já chegasse ao jardim anunciando a presença de uma terceira pessoa na cena do crime. Se a tese “colasse”, esta seria a chance dele não ser incriminado.”

Esse qualquer momento chegou ao grande público, domingo passado, com as notícias divulgadas pelo Fantástico com as declarações de uma carcereira que, supostamente, teria ouvido a verdadeira história contada por Ana Carolina Jatobá.

Até aqui, quem assistiu aos noticiários desta semana conhece o que está sendo amplamente divulgado sobre o caso, mas o que vou contar agora poucos ainda conhecem.

Nossa cidade está sendo contemplada, por empenho da Promotora Miralda Dias Dourado de Lavor – 8ª. Promotora de Justiça em Uberaba – em parceria com a UFTM, na coordenação da Profa. Dra. Luciana Maria da Silva e mais alguns voluntários, a concretização de um importante projeto do Conselho Nacional de Justiça, denominado OFICINAS DE PARENTALIDADE.

Tais oficinas consistem na realização periódica de reuniões simultâneas para famílias em processo de divórcio, estando em ambientes separados o pai, a mãe, os filhos adolescentes e as crianças, convidados pelos juízes responsáveis por seus processos.

Esse trabalho é de caráter educativo e parte do pressuposto que, com o divórcio, cessa a conjugalidade do casal, mas não a parentalidade, entendendo como tal a responsabilidade pelo bem-estar e desenvolvimento saudável dos filhos, que não precisam ser envolvidos em seus conflitos e mágoas de adultos.

Em minha lida de educadora e psicóloga ao longo de uma vida, já assisti a coisas que até Deus duvida, em se tratando de casais em processo de separação. Isso me fez abraçar essa causa como voluntária, no momento em que fui convidada pela promotora Miralda, sem um pingo de dúvida sobre sua importância.

A ligação que estabeleço entre as Oficinas de Parentalidade e o caso de Isabela Nardoni é que, se talvez seu pai tivesse passado por um trabalho de conscientização sobre sua responsabilidade em relação à vida de sua pequena filha, ela ainda pudesse estar viva.

Sonho com o dia em que todos os pais estejam conscientes dos compromissos que lhes são naturalmente impostos ao decidirem ter filhos e convido aqueles que se interessarem pelo assunto a procurar se inteirar pela Internet sobre o projeto OFICINAS DE PARENTALIDADE.

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