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Atração vermelha

O movimento revolucionário russo ainda procurava firmar-se no poder

Ilcéa Borba Marquez
Publicado em 03/12/2014 às 11:34Atualizado em 17/12/2022 às 02:24
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 Atração vermelha

O movimento revolucionário russo ainda procurava firmar-se no poder e os brasileiros demonstravam interesse em copiar o modelo político implantado. Assim, a partir de 1920, uma série de rebeliões, chamadas “Tenentismo”, que culminaria na famosa “Coluna Prestes” de 1924 estourou no Brasil. Tratava-se de jovens militares, de baixa patente, revoltados com o que chamavam de “Velha República” – a oligarquia e o voto de cabresto.

Sob a liderança de Luis Carlos Prestes, quando centenas de outros capitães e tenentes tomavam atitude semelhante, jovens militares gaúchos saíram armados dos quartéis, juntando-se aos que haviam invadido São Paulo e provocado a fuga do então governador da província. O objetivo era a queda do Presidente da República Arthur Bernardes, o que possibilitaria a instauração de um novo governo sob novas propostas.

A pronta reação das tropas federais debandou os rebeldes em fuga para o Paraná. O grupo de revoltosos, acatando uma ideia de Prestes, seguiu viagem por regiões remotas, pobres e desprotegidas de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e todo o nordeste. Passaram dois anos cavalgando pelo país, sem nunca se aproximar do centro do governo federal. Acabaram voltando ao Centro-Oeste e se refugiando na Bolívia e no Paraguai em 1927.

Esta é a famosa “Coluna Prestes” cujos efetivos resultados são difíceis de serem contabilizados. Talvez tenham possibilitado que posteriormente, em 1930, mais um grupo militarizado, sob a liderança de Getúlio Vargas, tenha saído do Rio Grande do Sul em direção ao Rio de Janeiro derrubando efetivamente o governo e tomando posse na liderança do país.

Como estamos próximos da comemoração do movimento conhecido como “Intentona Comunista”, dia 27/11/1935, focaremos a figura de Luis Carlos Prestes – seu líder. Desde a série de ações da coluna, Prestes se apresentou como possível condutor de uma revolução de esquerda no Brasil. Com os velhos líderes já conhecidos da história, Prestes compartilhava traços de caráter com obsessão pela traição e intolerância com opiniões diferentes.

Como os novos “senhores da esquerda brasileira”, Luis Carlos Prestes foi à União Soviética em 1930 de onde regressou após quatro anos, acompanhado por uma equipe internacional de conspiradores, sob o comando de Stalin e sua ajuda econômica. Dentre eles estavam Olga Benário, Arthur Ewert, Jonny de Graaf e Pavel Stuchevski – todos grandes terroristas e revolucionários experientes que recebiam salários e verbas diretamente do governo soviético, viviam clandestinamente em Ipanema e Copacabana, protegidos pelas identidades falsas e comunicação cifrada com Moscou. Se Prestes não conseguiu seu objetivo revolucionário pelas suas particularidades fragilizantes, manteve-se fiel às suas crenças políticas, diferentemente das atuais lideranças socialistas brasileiras que perderam seus ideais para seguir as ideias dos marqueteiros e hoje praticam o Voto de Cabresto e a Oligarquia.

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