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E a PeTrobras entrou pelo cano

É inadmissível a situação crítica em que se encontra a PeTrobras, aquela que já foi a maior empresa do Brasil

Mário Salvador
Publicado em 02/12/2014 às 10:59Atualizado em 17/12/2022 às 02:25
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 E a PeTrobras entrou pelo cano

É inadmissível a situação crítica em que se encontra a PeTrobras, aquela que já foi a maior empresa do Brasil e uma das maiores do mundo. A operação Lava Jato, da Polícia Federal, está trazendo à tona as irregularidades que sucatearam aquela empresa.

O valor inicial da PeTrobras, na Bolsa de Valores, que era de R$ 380,2 bilhões, despencou para R$ 179,6 bilhões. A desvalorização da empresa está no seu uso como instrumento político para, por exemplo, controlar o preço da gasolina e conter a inflação. A empresa compra petróleo e derivados no exterior a preços mais altos do que vende no Brasil. É preciso muito dinheiro em caixa para arcar com o rombo.

Ações da Empresa, que, em maio de 2008, valiam, para os acionistas, cerca de R$ 40,25, em novembro deste ano estão cotadas a R$ 14,15. E os acionistas, simplesmente esquecidos na movimentação das manobras políticas, estão arcando com o considerável prejuízo.

E estão na dúvida: ou vendem as ações agora, para não terem mais prejuízo ou esperam a empresa deixar de ser usada como instrumento político e voltar a ocupar o espaço que lhe foi destinado, quando foi criada para que o brasileiro tivesse orgulho de afirmar: “o petróleo é nosso”. Macaé, “capital do petróleo”, está passando por uma onda de demissões nas empresas que prestam serviços à estatal.

A operação Lava Jato, com a colaboração de ex-diretores da empresa envolvidos nas manobras ilegais, talvez enseje mudança de rumo na direção da empresa. E os envolvidos que apelaram para a delação premiada têm colaborado nas investigações, mas só o fazem para se beneficiarem com redução de suas penas.

Tornou-se comum o fato de o “jeitinho brasileiro” dizer respeito a valores vultosos. Alcança a casa dos bilhões. Após dois anos de investigação, a Receita e a Polícia Federal descobriram fraudes no Imposto de Renda que chegam a um bilhão de reais. E está em curso uma investigação de pagamentos irregulares de aposentadorias, especialmente de segurados falecidos.

Para que o povo brasileiro, indignado, consiga arrefecer os ânimos, a Polícia Federal tem trabalhado com obstinação. Espera-se que esse trabalho seja respaldado pelo pulso firme de juízes competentes. Definitivamente, o uso político de empresas não combina, em nada, com o funcionamento delas. Até quando precisaremos conviver com tanta corrupção?

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