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Você sabe o que é chikungunya?

Na semana passada, o médico Drauzio Varella, várias vezes, num comentário sobre o Aedes

Padre Prata
Publicado em 23/11/2014 às 13:03Atualizado em 17/12/2022 às 02:35
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Na semana passada, o médico Drauzio Varella, várias vezes, num comentário sobre o Aedes aegypti, alertou-nos sobre um perigo maior do que o ebola. O nome é de grafia difícil e nem sei mesmo como pronunciar. É o chikungunya. Deve ser nome africano. Por falar nisto, é bom não nos esquecer do já tão falado ebola, a nova ameaça que vem lá da África. Agora vem mais esse. É também transmitido pelo Aedes aegypti. Em poucos meses já matou milhares de pessoas, inclusive fora da África. Quem chega de lá é levado, de cara, para um isolamento total e por lá fica por vários dias, até provar que não esteja contaminado. Por isso é que o zumbido de um pernilongo nos assusta. Mais um motivo para medos.

Sou muito marcado pela infância. Por isso me perdoem se volto a meus tempos de criança, na roça. Também naquele tempo as doenças provocavam med o crupe, a febre intermitente, o cancro venéreo, a tuberculose, o tifo, a apendicite, o sarampo, a lepra, a varíola, a “doença de macaco” (?), a colerina, vento virado (?) e outras. Lembro-me ainda do pavor de minha mãe mandando buscar uma benzedeira, Sinhá Rita, para curar um mal desconhecido que atormentava meu irmão, o Hugo, então com um ou dois anos. Sinhá Rita veio, pegou meu irmãozinho pelos pés, virou-o de cabeça para baixo e o sacudiu por várias vezes. “É vento virado, Dona Quita, já está curado”. Não me lembro se curou...

Ninguém mais fala nessas doenças. Nossos medos, hoje, são outros: o Alzheimer, o H. Pylori, o Aedes, o Parkinson, o ebola, o câncer, a Aids e outras mais e, agora, o chikungunya. Além das doenças, temos medo do alimento que nos vem dos supermercados. Entupimos nosso organismo de substâncias químicas, flavorizantes, conservantes, antibióticos, gosto artificial de morango, de pêssego, de banana, de baunilha, de limão. E vamos engolindo tudo isto acompanhado de refrigerantes artificiais, batatas fritas e sucos de vários sabores. Mais: muito sal e muito açúcar. E ainda queremos gozar de boa saúde...

Para finalizar: eu também não sei o que é o chikungunya.

(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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