Conquistamos direitos e deveres iguais. Votamos. Pagamos a metade da conta e nosso próprio ingresso no cinema. Não precisamos do dinheiro de um homem, pois trabalhamos fora. Mas ao mesmo tempo, somos mães, filhas, netas e namoradas presentes. Independente de onde estivermos, estamos sempre pensando no problema do outro.
Não precisamos mais de compromissos sem amor. Nos casamos com quem escolhemos, e nos separamos também. Somos fortes que aguentamos qualquer coisa, assim como nos manter em cima do salto alto para nos sentirmos confiantes. Somos tudo isso...
Mas também somos frágeis, nos magoamos fácil, choramos com pequenas coisas e esperamos ouvir palavras românticas. Por mais modernas e atuais, esperamos receber um buquê de flores, uma serenata. Mesmo depois de tantos erros ainda esperamos achar a tampa da nossa panela perdida por aí. Acreditamos e nos arrependemos. Somos independentes, mas também queremos uma gentileza de pagar a conta ou o ingresso.
Contudo, o mais difícil de ser mulher independente é aceitar que não somos independentes totalmente. Somos dependentes dos outros. Precisamos das pessoas à nossa volta, porque mesmo querendo fazer tudo, precisamos de ajuda. Precisamos nos sentir amadas pela família que temos de sangue, ou pela que construímos ao longo do tempo. Não adianta sermos apenas realizadas profissionalmente, precisamos nos realizar como pessoas: viajar, tentar seguir nossos sonhos e construir novos quando os antigos fracassarem.
Mulheres são complicadas e sempre serão. Assim, mulheres independentes, por mais que tentemos ser práticas e compreensíveis, sempre seremos, em primeiro lugar, mulheres.
