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Duplicação em marcha

A rodovia BR-050 em todo o seu trajeto já não é mais a mesma. Fiz aquele percurso

João Eurípedes Sabino
Publicado em 31/10/2014 às 20:30Atualizado em 17/12/2022 às 02:57
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A rodovia BR-050 em todo o seu trajeto já não é mais a mesma. Fiz aquele percurso por duas vezes nesta semana e constatei fatos que nos últimos doze anos eu não via. Do seu início bifurcado da BR-040 em Cristalina (GO) até o final na divisa de Minas com São Paulo, há fatos que precisam ser narrados.

Que ela está sendo toda duplicada não é novidade e o ritmo dos trabalhos de Engenharia antes das eleições presidenciais, feito com maquinaria nova, saltava aos olhos. Triangulinos e goianos esperam que tais serviços não sofram descontinuidades. Lembro-me que, antes do governo Lula, iniciou-se a terraplenagem de um trecho nas cercanias de Catalão. Presumia-se que ele seria duplicado, mas após a eleição do presidente, o mato tomou conta da faixa non aedificandi.

A realidade da BR-050 agora é outra. De Uberaba a Brasília hoje não se gasta menos de oito horas. Canteiros de obras se espalham e paradas no trânsito são inevitáveis com duração média de 10 minutos. Bases de apoio e praças estão sendo construídas, além da assistência diuturna ao usuário se fazer presente. Trabalhadores bem equipados estão ali de sol a sol. Logo teremos pedágios a coletar o nosso dinheiro num atestado eloquente de que o governo é fraco para administrar o setor.

Mesmo com a duplicação no Triângulo praticamente concluída, tal trecho, apesar de bem sinalizado, continua sendo palco de graves acidentes rodoviários. Vale citar, por exemplo, que no retorno existente no quilômetro 119 contei exatamente 20 placas de sinalização. Ao longo dos leitos são milhares, mas muitos imprudentes não as obedecem.

Velocidades excessivas ali, imperícias, etc., ensejam a pergunta: só serão contidas quando doer nos bolsos? Bem-vinda seja a Lei 12.971, de 2014, que cobrará R$957,70 dos navegantes nos acostamentos, e R$1.915,40 dos praticantes das “roletas-russas” nas ultrapassagens e rachas. Muita “gente boa” vai perder a CNH.

Uma nota rasante, como eterno professor e aprendiz, dou a dois itens: 1º- À ausência de policiamento (vi duas viaturas da PRF circulando em 550km!). 2º- Às carretas que de repente saem dos comboios, se lançam nas ultrapassagens e... salve-se quem puder!

Ouvi de um pacato cidadã “Não creio que a regra de três simples possa se confirmar: de Delta a Uberlândia (primeira duplicação) gastou-se 12 anos na duplicação; por lógica até Brasília demandarão mais de 30?”.

Ver a edição de 22/12/2007 do Jornal da Manhã, página 4, matéria alusiva à entrega da primeira duplicação, “Sem qualquer ato político...”.

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