Benefícios de aposentados e pensionistas que ganham acima de um salário mínimo devem ter a menor correção dos últimos 24 anos. Isto porque o governo federal prevê que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), considerado para a aplicação do reajuste dos benefícios, ficará em 2,07% no acumulado do ano. Isso significa que as quedas nos índices oficiais de inflação, em 2017, puxarão para baixo o reajuste anual dos segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A correção no salário mínimo de 2018, anunciada pelo governo, é a menor aplicada desde 1995, primeiro ano após a implantação do Plano Real. Com isso, aposentados e pensionistas do INSS que recebem o piso devem ter aumento de apenas 1,81% este ano, devido ao reajuste aplicado sobre o salário mínimo, que subiu de R$937 para R$954.
A queda da inflação foi a principal justificativa para o pequeno ajuste no salário mínimo, o que também vai se refletir no piso de aposentadorias, auxílios e pensões da Previdência Social. Além da inflação, o índice de aumento do piso tem o acréscimo do aumento das riquezas produzidas no Brasil, calculadas pelo Produto Interno Bruto (PIB), de dois anos antes. O problema é que o PIB para 2018 ficou negativo em 3,46%.
Segundo o Ministério do Planejamento, com a aplicação de 2,07% do INPC, o teto dos benefícios do INSS deve passar de R$5.531,31, em 2017, para R$5.645,80, em 2018, conforme decreto assinado pelo presidente Michel Temer e publicado no “Diário Oficial da União” (DOU). Em 2017, por exemplo, o governo concedeu aos aposentados que ganham acima do mínimo um reajuste de 6,58%, equivalente ao INPC acumulado até dezembro de 2016, sem ganho real, ou seja, acima da inflação.