Corrente no WhatsApp propõe a motoristas não abastecerem nesta terça

Depois dos panelaços e das manifestações de rua, agora uma nova manifestação começa a ganhar corpo. O movimento se utiliza do aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp. A "corrente" começou a ser repassada no domingo (23) e prevê uma espécie de boicote ao governo federal. O texto não tem assinatura.

A mensagem começa em tom ufanista e com muitas exclamações: “Olá, irmãos brasileiros! Hoje, domingo, 23 de julho, iremos dar início à união da nação! Onde iremos dar um basta à corrupção e aos abusos das autoridades de forma simples e objetiva! Sem panelaços, sem manifestações, sem quebra-quebra! Todos já perceberam que isso não funciona! A única forma de nós, brasileiros comuns, acabarmos com a roubalheira e abuso é atacando o bolso do sistema!”, diz a primeira parte do texto.

A primeira ação proposta é que hoje os motoristas não abasteçam os veículos. “Vamos ficar o dia todo sem colocar um centavo dentro do sistema! Vamos iniciar apenas com um dia! Acredite, e não abasteça o carro! Apenas por emergência, ou você que trabalha com o carro e não tem outro jeito! O sistema faz de tudo para você não perceber que a união das pessoas pode tudo! Compartilhe com o máximo de pessoas possível! Vamos conseguir baixar o valor do combustível de forma rápida e eficiente!”, diz mais uma parte do texto. Os organizadores do movimento garantem que, dessa forma, o valor do combustível será reduzido rapidamente. E no final da mensagem diz que “a célula está ativada e você faz parte dela!”.

Não há nenhuma menção ao fato de a Câmara dos Deputados votar a admissibilidade de abertura de processo contra o presidente Michel Temer por corrupção, sobre a condenação, em primeira instância, do ex-presidente Lula, ou sobre a delação do empresário Marcos Valério envolver o senador Aécio Neves (PSDB). O “sistema” foi uma espécie de ilustração utilizada no segundo filme "Tropa de Elite – o inimigo agora é outro". O tenente-coronel Nascimento (no primeiro filme era capitão), em uma de suas últimas falas, diz sobre o sistema: “Agora me responda uma coisa, quem você acha que sustenta tudo isso? É… E custa caro. Muito caro. O sistema é muito maior do que eu pensava”.