Fernanda Borges
Vereador Marcelo Machado Borges (Borjão) durante “visita” à Unidade de Pronto-Atendimento do São Benedito
Falta de medicamentos e insumos prejudica atendimento na Unidade de Pronto-Atendimento do bairro São Benedito. Na manhã de ontem, o vereador Marcelo Machado Borges – Borjão (DEM) – recebeu denúncias de que técnicos de enfermagem da unidade estavam impossibilitados de realizar as atividades cotidianas devido à falta de remédios e insumos.
Ele esteve no local e pôde constatar vários profissionais parados, mas sem largar o serviço, pois os técnicos da emergência estavam trabalhando. “Encontrei-me com estes profissionais, entre técnicos de enfermagem, médicos e funcionários do setor administrativo em uma sala, e pedi para que me revelassem o que estava acontecendo.
No mesmo instante me relataram uma lista de produtos necessários que não estavam disponíveis na unidade. Segundo eles, falta diluente para remédio, em alguns casos, na mesma pessoa, uma seringa é usada para vários medicamentos, enfim, são vários produtos faltando”, explica o vereador, ressaltando que nem mesmo sabonete tinha disponível no estoque e estavam usando sabão caseiro para algumas atividades.
O médico Byron José Brandão confirmou a falta de vários produtos. Ele diz que atende na unidade apenas dois dias da semana e pôde perceber há mais de um mês carência de produtos básicos, como determinados medicamentos, equipo e até mesmo seringas, materiais comuns de uma UPA.
“A ausência destes produtos talvez não atrase a fila de atendimento na emergência, que é regulada pelo número de profissionais que estão atendendo, e com relação a isto nos últimos tempos foram contratados vários médicos e técnicos de enfermagem.
Temos a quantidade necessária para montar a escala. A falta dos materiais causa problemas na elaboração de bons protocolos de tratamentos a determinados pacientes, em que alguns casos é necessária a adaptação do tipo de atendimento”, explica.
Ainda segundo o médico, que atende na ala verde (pouco urgente), nos setores de urgência, que é a ala vermelha, provavelmente não faltam medicamentos, o que deve faltar são equipamentos. “Mas, por exemplo, quando solicitamos um soro e não tem equipo, às vezes o paciente não vai poder tomar o soro, ou no caso de um medicamento, quando receitamos uma dipirona endovenosa com seringa de 20ml, se não tiver a seringa, o medicamento tem que ser aplicado intramuscular, o que gera desconforto e dor desnecessários”, explica Byron, lembrando que na unidade falta infraestrutura adequada, conforme determina o Conselho Regional de Medicina, como cadeiras adequadas.
Secretaria de Saúde admite problema, mas
informa que compras já estão em andamento
A Secretaria de Saúde admite a falta de alguns medicamentos e, por meio de nota da assessoria de imprensa, esclarece que na semana passada foi entregue o empenho para os fornecedores, por meio de carta-convite, com todos os medicamentos necessários que são utilizados nas UPAs e no Samu. De acordo com as informações encaminhadas à redação, “esses medicamentos já começaram a chegar esta semana e, no decorrer da próxima semana, o restante terminará de chegar”.
Quanto aos materiais médicos hospitalares como equipo e seringa, a nota destaca que “só não foram entregues até hoje porque a fornecedora Cirúrgica Aliança quer fornecer o empenho integral e ainda não tinha a quantidade total dos produtos”. Assim, a explicação da Secretaria Municipal de Saúde diz que ficou acertado com a empresa que a entrega acontecerá na próxima segunda-feira (3), no período da manhã. “Em relação aos materiais de limpeza e higiene, a empresa Angra é quem reabastece o local assim que os produtos acabam. O que deve ter ocorrido é um fato isolado no momento da visita”, alega a nota.