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Famílias evacuadas pela Defesa Civil não sabem quando vão voltar para casa

Publicado em 02/07/2020 às 18:19Atualizado em 18/12/2022 às 07:30
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15 famílias da zona rural de Ouro Preto e Itabirito, na região Central de Minas Gerais, precisaram deixar suas casas devido ao risco iminente de do Complexo de Fábrica da Vale - que tem cinco estruturas ao todo, nesta quarta-feira (01). No entanto, não há data para que as famílias possam voltar para as suas residências.

Isso aconteceu por causa do aumento da mancha de lama em caso de uma possível ruptura. "Houve um novo estudo de uma mancha de dam break. Esse novo estudo aumentou a área de inundação e a legislação é muito impositiva. Essas barragens da Forquilha, em que as manchas de inundação, em um possível rompimento, correria para esses locais. Então, com a barragem em Nível 3 as pessoas precisam ser evacuadas", explicou o coordenador adjunto da Defesa Civil estadual, tenente-coronel Flávio Godinho para O Tempo.

Atualmente, Forquilha I e III estão em Nível 3 (quase colapso ou colapso); Forquilha II está em Nível 2 (alerta); e IV em Nível 1. De acordo com um novo estudo, fruto de um acordo entre a mineradora, o governo de Minas e o Ministério Público (MPMG), há uma nova situação no complexo - que também conta com a barragem de Grupo - pois considera-se um cenário "extremo de rompimento" das cinco estruturas ao mesmo tempo.

Segundo a Defesa Civil, uma das famílias se recusou a sair de casa, mas isso está em processo de negociação. "As equipes foram a campo e nós realizamos todas as evacuações, ou seja, eram 16 escrituras de casa e elas foram evacuadas, exceto uma localidade que está em negociação ainda, porque uma família não quer sair. Mas existe uma possibilidade, porque parte do imóvel dela está na mancha de inundação. Então, tem como a gente isolar essa parte e ela utilizar somente a outra parte do imóvel", disse.

A princípio, as famílias retiram documentos e roupas. Posteriormente, um caminhão de mudança pago pela Vale vai recolher móveis, eletrodomésticos e animais. "Foram evacuadas 17 pessoas para hotéis da região e casas de familiares. Elas terão inicialmente R$ 5 mil de doação pela Vale, as outras negociações continuam sendo feitas pela empresa. Todo o custo da operação foi feita pela mineradora, tanto o deslocamento das pessoas como as hospedagens. Em um segundo momento será feita locação de casas para que elas possam ter uma maior dignidade morando em uma casa alugada", completou.

Não existe data limite para as pessoas retornarem às suas casas. Segundo a Defesa Civil, para elas voltarem às suas residência, só tem duas possibilidades: as barragens serem esvaziadas, o que leva anos para acontecer, ou o nível de alerta delas diminuir.

Em nota, a Vale informou que a ação é de forma preventiva e que a empresa presta assistência integrada às famílias.

 

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