CIDADE

Professora de Uberaba vai à Suíça conhecer acelerador de partículas

Ela foi um dos 30 professores brasileiros selecionados por programa da Sociedade Brasileira de Física em parceria com o LIP Portugal

Thassiana Macedo
Publicado em 02/10/2013 às 11:21Atualizado em 19/12/2022 às 10:49
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Divulgação

Cecília Heliete já está repassando aos alunos informações de sua visita ao Centro Europeu de Pesquisa Nuclear

Cecília Heliete Silva Resende, professora de Física das escolas estaduais Minas Gerais e Frei Leopoldo, acaba de retornar da Europa, onde visitou o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP) em Lisboa, Portugal, e o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), em Genebra, na Suíça. Neste último, ela teve oportunidade de conhecer o funcionamento do maior acelerador de partículas do mundo, o LHC.

Ela foi um dos 30 professores brasileiros selecionados por programa da Sociedade Brasileira de Física em parceria com o LIP de Portugal. O processo acontece desde 2009 com objetivo de levar docentes de Portugal, Brasil e África para conhecer os laboratórios de pesquisa nuclear. Segundo Cecília, todos os anos cerca de 600 professores brasileiros se inscrevem e a seleção ocorre através do currículo. “Este ano, foi a segunda vez que fiz a inscrição e fui selecionada. Tudo foi financiado pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) ligado ao Ministério da Educação. De Minas Gerais, foram apenas três professores, eu de Uberaba, uma de Bocaiuva e um de Belo Horizonte. A seleção ocorreu em maio e a viagem foi em setembro”, conta.

O acelerador de partículas, também conhecido como Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), é o mesmo que, em 2008, foi palco de uma das mais importantes descobertas científicas, mas também de teorias apocalípticas. Durante experiência inédita no mundo, com seus 1.624 eletroímãs, o LHC confirmou a existência da “partícula de Deus” ou bóson de Higgs. A partícula, que leva o nome do físico escocês Peter Higgs, um dos físicos que teorizaram sua existência, era a última peça no quebra-cabeça do Modelo Padrão, a teoria que descreve as partículas elementares para entender como foi criado o universo. “O objetivo do acelerador de partículas é descobrir do que é feito o universo realmente, porque tudo o que nós vemos é somente 4%. Hoje eles já conseguem definir exatamente o que é a antimatéria, a matéria ou energia escura e o buraco negro”, frisa.

Com projetos como este, que visam dar maior acessibilidade à Física Moderna para professores do Ensino Médio, a professora acredita que será possível aproximar a Física do dia a dia das pessoas. Por isso, Cecília já está repassando aos seus alunos as primeiras informações e os resultados de sua visita ao Centro Europeu de Pesquisa Nuclear. “Quando o aluno consegue relacionar o próprio cotidiano com o que ele vê em sala de aula é maior o interesse pelo conhecimento”, explica Cecília. De 3 a 6 de dezembro, ela irá apresentar uma oficina com os resultados da visita técnica no 4º Encontro Nacional das Licenciaturas e 3º Seminário Nacional do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Além disso, através de parceria com a Superintendência Regional de Ensino, a professora deve estabelecer uma programação para apresentar as informações também para alunos de outras escolas e demais professores de física do Ensino Médio do Município e da região.

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