Famílias acionam PM ao constatar papéis no lugar de flores em caixões

Familiares dos mortos registraram os papéis picados no lugar de flores nos caixões, que estavam fechados (Foto/Divulgação)

A Polícia Militar foi acionada duas vezes na capela do Cemitério São João Batista em Uberaba, onde familiares descobriram que a funerária contratada, ao invés de flores nas urnas, junto aos corpos dos entes queridos, colocou papel e papelão picados. O registro policial foi feito na segunda-feira (18). O representante da funerária esteve no local e disse que foi um “procedimento equivocado” e se comprometeu a receber os familiares para uma conversa no escritório da empresa. O assunto foi levado à Câmara Municipal pelo vereador Pastor Eloisio José dos Santos, que testemunhou o constrangimento.

Segundo apurou o Jornal da Manhã, em um dos casos, uma auxiliar administrativa, de 28 anos, relatou que seu avô, de 72 anos, faleceu e a família contratou, por R$2 mil, a funerária para que o corpo fosse preparado e encaminhado em condições para o velório. Entre os serviços acordados estava a ornamentação pertinente em urna funerária específica.

Ainda segundo as apurações, a funerária teria dito a familiares que não poderiam abrir a urna. Ocorre que, durante o velório, a família recebeu informação de funcionários do cemitério de que poderiam abrir a urna.

A urna funerária foi aberta e, para espanto, tristeza e indignação da família e de amigos, no interior do caixão de madeira, junto ao corpo, ao invés de flores, preencheram o espaço com papel picado.

Familiares acionaram o vereador pastor Eloisio José dos Santos, que é amigo da família. Ele foi arrolado como testemunha do fato.

O outro caso, que envolve a mesma funerária e que também foi registrado no mesmo horário e em uma das capelas do cemitério São João Batista, diz respeito ao velório e sepultamento de uma mulher, de 52 anos.

De acordo com o servidor geral de 47 anos, sua esposa faleceu e familiares procuraram a funerária para o serviço de velório e sepultamento. Ele afirma que pagam plano funerário há muito tempo, mas tiveram que desembolsar mais R$2 mil, devido ao corpo pesar mais de 100 quilos.

Foi acordado que o corpo seria preparado adequadamente com a ornamentação pertinente em urna funerária. A funerária também exigiu que não abrissem o caixão.

Familiares também descobriram que poderiam abrir o caixão para que pudessem se despedir do ente querido. A urna funerária foi aberta e, também, para surpresa, tristeza e revolta da família e de amigos, junto ao corpo do ente querido, ao invés de flores, preencheram as extremidades com papéis picados.

Representante da funerária esteve na capela do cemitério São João Batista e conversou com familiares do senhor de 72 anos, cujo corpo estava sendo velado. Ele se mostrou comovido e compreendeu a indignação dos familiares, mas naquele momento não podia fazer nada e sugeriu que dessem continuidade ao velório e sepultamento e depois resolveria o problema no escritório da funerária.

Ele admitiu que o uso do papel picado nos caixões não era adequado e não é procedimento adotado pela empresa. Responsabilizou funcionários pelo “procedimento equivocado” e disse que tomaria providências administrativas.

Segundo as apurações, o representante da funerária teria dito a mesma coisa para familiares da mulher de 52 anos, cujo corpo estava sendo velado também em uma capela do cemitério São João Batista.

Desculpas. A Funerária Uberaba, através de suas redes sociais, publicou nota de “Pedido de Desculpas e Esclarecimento Público”, admitindo erro e pediu desculpas aos familiares e amigos. Ressalta ainda que “foi um acontecimento isolado, o qual desencadeará apuração rigorosa”.