Alta no preço da arroba do boi é correção natural, diz líder ruralista

 Jairo Chagas

Gilberto de Oliveira Dias, presidente do Sindicato Rural de Uberaba, entende que os valores estavam defasados e precisam ser atualizados 

A arroba do boi gordo está sendo comercializada a R$210 no Triângulo Mineiro, segundo a empresa Scot Consultoria. A porção equivale a 15kg do animal vivo, não está supervalorizada e a alta está dentro do cenário previsto pelos produtores. 

Gilberto de Oliveira Dias, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Uberaba (SRU), fez a avaliação esta semana em entrevista ao Jornal da Manhã. O cenário de alta nesse momento do ano, segundo Gilberto, é fruto de uma movimentação natural. “Sempre nesses meses de novembro e dezembro tem alta normal. Isso se deve ao fato de os confinamentos fecharem e os pastos ainda não suportarem manter os animais gordos”, aponta. Apesar de avaliar a movimentação nos preços como natural, Gilberto comemorou o valor que a proteína animal alcançou. “Se fizermos um cálculo rápido, veremos que a arroba do boi estava defasada. Em 2011, o salário mínimo era de R$545 e a arroba estava em R$100, R$150. Então, isso eu não encaro como uma alta fora do padrão, e sim uma correção natural de preços que os produtores mereciam”, pontua. 

Outro fenômeno apontado por ele como fator que está forçando os preços para cima é a falta de animais, sobretudo com abate de matrizes e novilhas jovens. “Sempre houve abate desenfreado de matrizes, e tem acontecido ano após ano, e não podemos crucificar o produtor rural, porque muitas vezes ele está apertado, precisa fazer dinheiro e manda uma novilha ou matriz para o abate”, ressalta, lembrando que não há regulamentação de idade no mercado brasileiro para o abate de animais. Por fim, Gilberto revelou que os pecuaristas estão otimistas que o preço da arroba do boi mantenha o patamar em 2020.