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Entrevista: Colégio Opção é selecionado para participar de evento internacional

Colégio Opção foi selecionado para participar, entre os dias 21 e 23 de junho, da Conferência Internacional de Educação, em Viena, na Áustria

Publicado em 15/06/2019 às 13:48Atualizado em 17/12/2022 às 21:40
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Foto/Divulgação

Diretor Júnior Afonso estará nesta semana em Viena, na Áustria, onde acontece a Conferência Internacional de Educação

Colégio Opção foi selecionado para participar, entre os dias 21 e 23 de junho, da Conferência Internacional de Educação, em Viena, na Áustria. Evento reúne pesquisadores de diversos países na área da educação. Na ocasião, as melhores práticas de docência selecionadas por um comitê de avaliação serão difundidas e compartilhadas entre profissionais renomados. Uma das práticas de ensino do Colégio Opção está entre os destaques desta importante conferência. Na entrevista de hoje, o diretor do Colégio Opção, Júnior Afonso, avalia que a escolha do trabalho do colégio para ser apresentado em território internacional dará grande contribuição para o cenário educacional não só regional, mas também nacional. Além da participação na conferência, Júnior também fala da educação como fator de transformação social e do papel da escola na educação integral, rompendo a fronteira da escolarização e agindo em conjunto com as famílias na formação de cidadãos.

Jornal da Manhã - Como o senhor avalia a importância da educação para a transformação do futuro?

Júnior Afonso - Acredito que a educação é o elemento mais importante dentro de um processo de construção social. Não estamos falando de necessidades futuras, estamos falando de presente. Enfrentamos inúmeros problemas sociais, eu poderia listar vários. Com uma visão correta dos processos educacionais, conseguimos auxiliar os estudantes a compreender como, de forma proativa, podemos contribuir para a solução desses problemas.

JM - A educação vive um momento sensível no cenário brasileiro... Como o senhor avalia o atual panorama do país?

Júnior Afonso - É importante destacar que essa não é uma realidade somente brasileira. Vejo a necessidade de, enquanto sociedade, transitarmos em paradigmas muito solidificados no inconsciente coletivo. Deixá-los para trás implica em repensarmos a nossa ação enquanto indivíduos. Se pensarmos na educação, estamos falando em fazer com que nossos jovens desenvolvam habilidades que também não temos. É imprescindível repensarmos a forma como trabalhamos a educação, não existe mágica. O imediatismo é, na verdade, o nosso maior inimigo. É preciso pensar a longo prazo e começar um trabalho integrado, que envolva múltiplas habilidades, com esforços voltados para uma transição que deve se iniciar o quanto antes, mas que se solidificará em décadas. 

JM - Qual o papel da escola na formação dos cidadãos?

Júnior Afonso - Escuto, frequentemente, que educação é responsabilidade da família e escolarização, da escola. Posiciono-me frente a essa afirmativa com uma pergunta: quem pode auxiliar as famílias que, hoje, em sua maioria, estão completamente perdidas na educação dos filhos? Vejo a escola, se consciente do seu papel social, também com a responsabilidade de ser uma aliada na educação, não sendo apenas responsável pela escolarização. Precisamos unir esforços e não fragmentar e arrumar culpados para os fracassos. Com essa forma de ver educação, tanto a escola quanto a família passam a construir, juntas, um caminho mais adequado na formação do cidadão. Isso envolve erros e correções de rotas, naturalmente, mas o objetivo e os esforços devem ser somados, compartilhados. O trabalho deve ser cooperado e em rede, pois é assim que vivemos atualmente. No trabalho de forma fragmentada, onde escola, família e estudantes ocupam espaços distintos e caminham separadamente, alguém sempre se colocará na posição de dizer o que é certo e o que é errado, e, quando esse certo dá errado, há sempre a necessidade de se estabelecer um “culpado” e o problema a ser resolvido [no caso, a formação de um cidadão], que deveria ser o foco principal, persiste. 

JM - Muitas vezes subvalorizadas, práticas de docência brasileiras, como é o caso de vocês, encontram destaque em cenário mundial... Qual a importância desta presença na Conferência Internacional de Pesquisa em Educação e Docência, que acontecerá na Universidade de Viena, na Áustria?

Júnior Afonso - É muito importante para mostrar que temos, sim, pesquisadores, instituições e professores comprometidos e capazes de contribuir com a construção de um mundo melhor. É importante ressaltar que passamos por momentos delicados, mas, como todo momento delicado, oportunidades de soluções criativas e muitas vezes inesperadas são também uma realidade. Mediante esse cenário, o importante é estarmos abertos a novas possibilidades e entender que, como sociedade, precisamos de soluções fundamentadas e sustentáveis. 

JM - O evento reúne pesquisadores de diversos países na área da educação... Qual o significado pessoal e profissional de estarem entre os escolhidos?

Júnior Afonso - É muito gratificante. Principalmente porque mostra que todo esforço e compromisso empenhados estão nos levando a ser referência internacional, e isso nos dá a oportunidade de compartilhar a nossa visão, não só de educação, mas também de mundo. 

JM - Como o conhecimento adquirido no evento terá reflexo para os alunos do Colégio Opção?

Júnior Afonso - Assim como da última vez em que vivenciei, na prática, a educação finlandesa, a participação na conferência realizada na Áustria nos dá a oportunidade de ampliar os nossos horizontes e, ao retornarmos à rotina escolar, aprimorar ou construir processos que tragam reflexos positivos práticos para nossos estudantes. Lembrando que a construção de processos sustentáveis é o grande desafio, não só da educação, mas de toda a sociedade atual. 

JM - Um dos pilares do Colégio Opção é o ensino completo... O que isso significa e como acontece?

Júnior Afonso - Essa é uma pergunta muito pertinente. Se pensarmos que o ser humano é um ser emocional, físico, intelectual e, também, intuitivo, e que tudo isso se interage e gera reflexos sociais significativos, é imprescindível que as práticas escolares tenham como prioridade o desenvolvimento de habilidades inerentes a todos esses aspectos (intelectuais, físicos, emocionais e intuitivos). Essas práticas devem ter como fundamento o auxílio ao estudante no desenvolvimento da autogestão e do equilíbrio. Vou dar um exemplo prático social: em torno de 85% das mortes do mundo são decorrentes da falta de prevenção. Qual o valor de ser muito competente profissionalmente, quando, fisicamente, eu estou morrendo por falta de autocuidado? É imprescindível harmonizar essas esferas do “EU”; somente assim seremos capazes de construir uma sociedade mais sustentável. 

JM - Qual a importância da educação bilíngue na formação do aluno?

Júnior Afonso - Poderíamos abordar inúmeros aspectos desse tema, mas acredito ser importante mencionar dois distintos. Primeiramente, o Ensino Bilíngue tem reflexos, inclusive biológicos, no nosso sistema, uma vez que aumenta a capacidade de sinapses neurais e também amplia significantemente o repertório do estudante. De forma bem simplista, podemos dizer que ele contribui para que o estudante aprimore suas capacidades e também habilidades cognitivas. O segundo ponto seria que as informações, hoje, são disseminadas em rede e, por inúmeros motivos, é o inglês o idioma dominante nessas trocas de informação. Saber falar inglês é fundamental para que os estudantes tenham a oportunidade de ampliar seus horizontes, uma vez que vivemos num mundo de fato globalizado. Porém, é imprescindível entender como isso funciona na prática para garantirmos que essa Educação Bilíngue ocorra com sucesso.

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