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Para presidente da ABCZ, cortes no BNDES prejudicam ruralistas

Suspensão de programas como o Moderfrota e Inovagro gera reação de lideranças do setor rural, devendo ser alvo de debate durante a ExpoZebu

Daniela Brito
Publicado em 24/04/2019 às 21:44Atualizado em 17/12/2022 às 20:13
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Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, presidente da ABCZ, torce para que a suspensão dos programas seja temporária

Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges coloca como prejudicial qualquer tipo de corte ou suspensão de programas que melhoram a vida do produtor rural. A afirmativa é reação à suspensão de dois grandes programas voltados para o agronegócio pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

O primeiro é o Moderfrota, que financia a compra de tratores, colheitadeiras e outros equipamentos, e o segundo é o Inovagro, que diz respeito a investimentos de inovação tecnológica. Recentemente, o BNDES anunciou a suspensão de ambos sob a justificativa de “comprometimento total dos recursos disponíveis para as citadas linhas de apoio para o ano agrícola 2018/2019”.

O presidente da ABCZ torce para que a medida seja temporária e entende que a atual situação econômica do país, em determinados momentos, exige decisões que, “à primeira vista, possam parecer radicais”. Porém, ele diz que, em geral, qualquer corte ou suspensão em programas que têm como objetivo melhorar a vida dos produtores rurais, facilitando o acesso a tecnologias e inovações, é bastante prejudicial. “Até porque essas políticas impactam diretamente no aumento da produção dos pequenos e médios produtores, fazendo a roda da economia girar com ainda mais força.”

Em contrapartida, o BNDES busca remanejar recursos do Tesouro Nacional para os dois programas. A modalidade suspensa do Moderfrota oferece taxa de juro prefixada de 7,5% ao ano para quem fatura até R$90 milhões por ano. Ano passado, o programa teve R$8,9 bilhões. Já o Inovagro, cujo juro é de 6%, teve R$1,26 bilhão em 2017. A suspensão dos dois programas deve ser alvo de discussão no próximo sábado (27), quando acontece a abertura oficial da ExpoZebu. 

Produtores também estão preocupados com impactos da reforma da Previdência. Outro assunto polêmico que pode ser debatido durante a ExpoZebu é a reforma da Previdência. A proposta pode atingir em cheio os produtores rurais. O presidente da ABCZ, Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, diz que a entidade acompanha de perto toda a discussão. “Seguimos acompanhando os debates com uma lupa de aumento, para buscarmos a garantia de que esse mesmo impacto seja o menor possível”, explica.

De acordo com ele, até mesmo nos períodos mais críticos de crise o setor se manteve como a moeda forte do país. “Não podemos aceitar que os prejuízos maiores sejam justamente para os nossos trabalhadores. Cuidar e defender os interesses do homem do campo também faz parte do nosso negócio”, afirma.

A poucos dias da abertura oficial da feira, o presidente também aborda a expectativa quanto ao Plano Safra 2019/2020. Segundo ele, o objetivo do governo é dar atenção maior ao pequeno e médio produtor, focando na assistência técnica. Neste contexto, ele diz que a proposta vai ao encontro do que trabalha a atual gestão da ABCZ. “Dentro do nosso negócio temos trabalhado bastante para facilitar que os pequenos e médios produtores tenham, cada vez mais, acesso à tecnologia e melhoramento genético. Nossas expectativas, sem dúvida, são as melhores”, afirma. 

No ano passado, o Plano Safra liberou R$103 bilhões para o plantio. Neste ano a definição do valor deve ocorrer em breve, e o volume, para satisfazer o setor, é ser, no mínimo, igual ao de 2018, com previsão de juros para custeio e investimento de no máximo 7,5%.

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