CIDADE

ONG contesta castração química em animais

Segundo advogadas da organização, a castração química é dolorosa e não tem comprovação de eficácia; ONG ainda alerta para a data de validade do medicamento

Luiz Gustavo Rezende
Publicado em 16/04/2019 às 22:49Atualizado em 17/12/2022 às 19:59
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Foto/Fábio Braga

Castração farmacológica promovida pela Prefeitura Municipal foi suspensa judicialmente no último sábado (13)

Representantes da Organização Não-Governamental (ONG) Abrigo dos Anjos, que cuida de cerca de 600 animais, afirmaram na manhã de ontem que não são contra o programa de controle populacional de animais lançado pela Prefeitura Municipal de Uberaba (PMU) e Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no último sábado (13).

As advogadas Lisângela Villarinho e Veruska Avelar R. Cunha afirmaram que a posição é contrária apenas em relação à castração por meio de aplicação de medicamentos. “É uma castração química, não é farmacológica. Aliás, é um método que não é totalmente eficiente”, reclama Lisângela. A advogada contestou, também, a data de validade dos medicamentos. “Esses medicamentos foram adquiridos em 2017 e não foram usados. Agora, dois anos depois, eles resolvem utilizar esses medicamentos”, queixa-se, ressaltando as dúvidas quanto à data de validade. Segundo as defensoras, a ONG é totalmente contra o método de castração químico, pois a aplicação, diretamente nos testículos dos cães, causa sofrimento aos animais e não tem eficiência completa. “É uma ação dolorosa e que não tem total eficácia”, afirma.

Por fim, entregaram documentos, que foram anexados aos autos do processo que impediu a castração química, como elas mencionam, e farmacológica, como se refere a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A documentação tem posição do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), atestando que “aplicação de produto (infertile) nos testículos provoca intensa dor no animal, que persiste por muitos dias, e que constitui forma de controle populacional ineficaz, sendo somente efetivo quando aplicado em animais jovens (até um ano de idade)”. 

Na manhã desta quarta-feira (17), a assessoria de imprensa da Prefeitura Municipal se posicionou sobre o ocorrido. Segundo Lara Rocha Batista, chefe do Departamento de Controle de Zoonoses e Endemias da Secretaria de Saúde, o único método 100% eficaz é por meio da retirada do órgão produtor de espermatozoide, ou seja, a castração do animal. Porém, ressaltou que a vacinação animal o torna infértil, que é o objetivo do programa. “O remédio aplicado age fazendo a destruição dos espermatozoides dentro do tecido produtor, fazendo com que o órgão produtor se torne afuncional”, defende. Lara Rocha contesta a dúvida sobre a validade dos remédios aplicados, afirmando que as datas impressas nas embalagens apontam fabricação no ano de 2018 com validade até 2020, não sendo possível a compra antes da produção. Por fim, disse que o CFMV não deve contraindicar a utilização das vacinas pois o medicamento é cadastrado no Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e cravou que órgão atesta a utilização do medicamento por meio de estudos clínicos e científicos.

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