Venda de caixa de correio por meio de panfleto gera suspeita

Fábio Braga

Panfleto entregue em residências de Uberaba, cujo negócio é considerado ilegal pelo Procon, que deve fiscalizar a situação

Panfleto que indica venda de caixas de correspondência para residências chama atenção de populares. Alguns leitores procuraram a equipe de reportagem do Jornal da Manhã, preocupados com a situação, pois o panfleto aponta o nome dos Correios, não relata valores e nem mesmo quem está vendendo as tais caixas.

Conforme a peça publicitária que foi repassada ao Grupo JM, os prováveis vendedores indicam que a pessoa deve comprar a caixa para facilitar a entrega das correspondências, uma vez que os carteiros enfrentam dificuldades na entrega. Diz ainda que no dia seguinte retornariam para fazer a instalação e a pessoa deveria pagar um valor, sem dizer o preço de fato.

De acordo com a chefe de Fiscalização e Acompanhamento de Preço da Fundação Procon de Uberaba, Thatiana Carvalho, a situação é preocupante, uma vez que induz o consumidor a erro, a acreditar que pode ser uma venda oficial, e alguma pessoa pode comprar acreditando que é obrigatória a aquisição. “Na compra de qualquer produto é importante que o consumidor pesquise e, neste caso, não indica qual é a empresa e não há telefone de contato. Se precisa do produto, procure uma loja”, diz.

Thatiana destaca que a pessoa deve ter cautela, avaliar a real necessidade e possibilidade de adquirir aquele produto e pesquisar no mercado. Além disso, ela lembra que a situação parece insegura, justamente por não relatar o nome da empresa, como o consumidor poderá fazer reivindicações caso tenha algum problema com o produto, pois, pelo padrão em que foi feito o panfleto, a impressão é que não será emitida nota fiscal.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos e Similares de Uberaba e Região (Sintect-Ura), Wolnei Capolli, alerta para uma outra situação, também preocupante, com relação à segurança. Para instalação da caixa de correspondência é preciso entrar no imóvel, e trata-se de uma pessoa desconhecida, pode ser perigoso. Wolnei diz que não é primeira vez que recebe informações sobre este tipo de venda de um produto que, inclusive, pode não ser o ideal para depositar cartas.

Até o momento nenhum consumidor procurou o Procon para fazer reclamação sobre o assunto, apenas o órgão foi informado da distribuição dos panfletos. Mas garante que será feita fiscalização em busca dos possíveis vendedores, até porque a forma como foi feita a publicidade se enquadra em prática abusiva, pois induz o consumidor a erro. Além disso, o órgão está disponível para caso algum consumidor queira relatar a situação.

Por meio de nota, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) informa que não há ligação com os panfletos que vêm circulando no município e tampouco a empresa tinha conhecimento de seu conteúdo até a demanda por informações por parte do Jornal da Manhã. “É importante ressaltar que em nenhum momento é mencionada a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos no texto em questão. A única menção é referente às caixas receptoras de correspondências, que a maioria das pessoas chamam de caixa de correio”, conclui a nota.