CIDADE

Produtor descarta 26 mil litros de leite por não conseguir transporte

Na fazenda Boa Fé, do grupo Ma Shou Tao, localizada em Conquista, foram descartados cerca de 26 mil litros de leite

Geórgia Santos
Publicado em 26/05/2018 às 08:01Atualizado em 17/12/2022 às 10:03
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Reprodução

Produtor vai aproveitar o leite para a produção de adubo dentro da propriedade rural, uma vez que é impedido de fazer a doação

Produtores de leite da região são obrigados descartar o produto diante da impossibilidade de transporte. Na manhã de ontem, na fazenda Boa Fé, do grupo Ma Shou Tao, localizada no município de Conquista, foram descartados cerca de 26 mil litros de leite. A medida foi necessária porque a doação – e muito menos a comercialização do leite in natura – não é permitida, conforme legislação federal.

De acordo com o produtor rural Jonadan Ma, apesar de o leite ter ótima qualidade, não pode ser doado e nem comercialização, diante dos riscos à saúde pública, pois o produto não foi vistoriado pelo Serviço de Inspeção Federal, ou seja, não passou pelos laticínios. “Com o movimento dos caminhoneiros, produtores de todo pais perderam milhões de litros de leite. Os menores ainda conseguem aproveitar para produção de queijo, mas os que produzem muito, imagine, 26 mil litros para queijo é muito. Portanto, a solução é descartar, e vamos tentar aproveitar para adubo na lavoura”, diz. Jonadan explica que se o movimento persistir, a cada 48 horas de paralisação será preciso fazer o descarte do leite produzido.

Com relação à alimentação do animal, o produtor explica que alguns reduzem a ração, para que vaca produza menos leite, entretanto, isso pode gerar reflexo no futuro, o animal que estiver produzindo menos pode demorar meses, anos, ou até mesmo nunca voltar a produzir como antes. A alimentação continua normal. Contudo, existem produtores que não estão conseguindo alimentar o animal pela falta de ração, que também não chega, uma situação ainda mais grave.

A falta de combustível também já está afetando a produção. Segundo Jonadan, as máquinas estão paradas, assim como as operações agrícolas, tudo que está ligado à safra ou plantio, isso vai afetar a próxima safra e a produção de alimentos, podendo aumentar os preços. “Estamos torcendo para que haja logo uma solução e cheguem a um acordo”, afirma.

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