CIDADE

Participação de empresas mineiras na lista suja do trabalho escravo volta a aumentar

A maioria está no interior do Estado

Thassiana Macedo
Publicado em 21/04/2018 às 20:50Atualizado em 16/12/2022 às 04:17
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Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou atualização da “lista suja do trabalho escravo”, feita na última terça-feira (17). O relatório, referente a 2017 e início de 2018, incluiu 34 novos empregadores que submeteram seus trabalhadores a condições análogas à escravidão. A lista atualizada traz 166 empresas, sendo 41 com atividade no Estado de Minas Gerais, o que representa cerca de 25% do total.

A maioria dos casos de trabalhadores situação degradante foi registrada em municípios do interior do Estado, em especial em empresas ligadas aos setores de agropecuário e construção civil. A lista demonstra ainda que os dois casos com maior número de trabalhadores resgatados por auditores fiscais do Ministério do Trabalho em situação análoga à escravidão também estão em Minas Gerais.

Os casos foram registrados na fazenda Um Canto de Paz e outras, nas cidades de São Vicente de Minas, Andrelândia, Madre de Deus de Minas e Minduri, que mantinha 348 trabalhadores em situação degradante; e na Diedro Construções e Serviços Ltda., no canteiro de obras do Jardim Bouganville, em Conceição do Mato Dentro, que submetia 173 empregados a condições humilhantes de trabalho.

Vale lembrar que nenhuma empresa com atuação em Uberaba aparece na lista suja do trabalho escravo há alguns anos. Em 2015, a lista apresentava 46 empresas mineiras que submetiam trabalhadores a condições de escravidão, sendo duas localizadas no Triângulo Mineiro. Porém, o número de empresas na lista de 2016 caiu para 36 e apenas uma no Triângulo. Nesta nova lista foram registrados casos em quatro cidades no Triângulo Mineiro, sendo Comendador Gomes, Pratinha, Tapira e Uberlândia.

Segundo o auditor fiscal do trabalho e coordenador do projeto de combate ao trabalho escravo do Ministério do Trabalho em Minas Gerais, Marcelo Gonçalves Campos, em entrevista ao jornal O Tempo, os dados não significam que Minas Gerais tenha mais trabalhadores em situação análoga à escravidão que outros Estados, ocorre que o Estado se destaca no combate à prática.

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