CIDADE

Captação de órgãos em Uberaba tem o melhor ano e Minas, o pior em 2016

Ilídio Antunes afirma que os números apontam a falta de estrutura nas cidades do interior e a falta de motivação do governo

David Tschaikowsky
Publicado em 22/02/2017 às 11:19Atualizado em 16/12/2022 às 15:01
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Fugindo da realidade do Estado, Uberaba teve o melhor ano em 2016 na captação de órgãos. Houve aumento de 25% de transplantes de córneas e um aumento de 300% de rins em relação a 2015. O trabalho é realizado pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos (CIH-DOTT) no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro.

Na contramão de Uberaba, o Estado de Minas Gerais teve o pior ano em captação de órgãos. As informações são do MG Transplantes, órgão ligado à Secretaria de Estado de Saúde (SES). No Estado, ao mesmo tempo em que cresce a lista de espera por transplantes de 3.093 em 2015 para 3.143 em 2016, cai a lista de doadores. No ano passado o percentual de notificação de morte encefálica foi de 27,5 por milhão de habitantes, o que se mantém estável em relação a 2015 (27,2), porém mostra uma queda em relação a 2014 (32,7) e os anos anteriores. O mesmo ocorreu com a taxa de captação de órgãos, que em 2016 foi de 10,4, o pior índice desde 2012 e abaixo da taxa nacional (14). Segundo as informações da SES, Minas possui 222 hospitais notificantes, autorizados pelo Ministério da Saúde a informar potenciais doadores – pacientes em coma profundo.

Para o coordenador-chefe da Comissão Intra-Hospitalar, Ilídio Antunes de Oliveira Júnior, os números apontam a falta de estrutura nas cidades do interior e a falta também de motivação por parte do governo. “Se houvesse todo aparato nas outras cidades como temos aqui em Uberaba, a realidade seria outra. A falta de gestão mais competente do Estado no intuito de garantir melhor estrutura para os hospitais fazerem o trabalho de identificação do doador e captação dos órgãos e tecidos que, para isso, demanda corpo clínico capacitado”, alerta o coordenador.

Ainda segundo Ilídio, a grande maioria dos hospitais de Minas Gerais não tem essa estrutura, porque não querem ou ignoram. “Então, é preciso que o governo estadual, por meio da Secretaria de Saúde, desenvolva junto aos hospitais do Estado trabalho de conscientização no sentido de eles se estruturarem e se motivarem para capacitar e oferecer o serviço de identificação de potencial doador e notificar as mortes encefálicas e, consequentemente, aumentar o número de doações”, enfatiza.

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