Categoria cobra o cumprimento de acordos já fechados e busca negociar outras reivindicações, entre elas a melhoria do atendimento a pacientes
Arquivo/JM
Funcionamento do Hospital de Clínicas será prejudicado a partir de hoje, quando acontece manifestação às 10h
Trabalhadores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) entram em greve por tempo indeterminado em todo o país. Às 10h, funcionários se reúnem na porta do HC-UFTM para manifestação. A paralisação nacional foi aprovada em plenária da categoria, realizada em Brasília, no último dia 9. Em Minas Gerais, a paralisação conta com 900 funcionários do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, e de 1.400 do Hospital das Clínicas em Belo Horizonte.
Segundo informações do Sindicado dos Trabalhadores Ativos, Aposentados e Pensionistas do Serviço Público Federal em Minas Gerais (Sindsep-MG), a greve foi a última saída encontrada como forma de pressionar a empresa a atender as reivindicações da categoria, entre elas o Acordo Coletivo de Trabalho (2016/2017). Além disso, cláusulas do acordo 2015/2016, ainda em vigor, também não estão sendo cumpridas.
O enfermeiro especialista do HC de Uberaba e representante dos trabalhadores junto ao sindicato, Eliseu da Costa Campos, reforça que a data base para negociação do acordo venceu em março, mas vem sendo discutida desde janeiro, sem sucesso, já que muitas reuniões foram canceladas, impedindo o avanço do debate das cláusulas sociais.
Campos ressalta que a paralisação em Uberaba visa ainda alertar para as deficiências frente à demanda crescente de atendimento. “Tudo em relação à falta de materiais, equipamentos e pessoal, dificuldades em relação à gestão, visto que existem alguns nomes dentro do hospital que atrapalham bastante o bom andamento do trabalho. Estamos aproveitando a paralisação nacional para também chamar a atenção da gestão local para as melhorias aos trabalhadores e principalmente aos pacientes. A falta de material vem refletindo diretamente no atendimento dos pacientes e expondo os trabalhadores. Hoje, temos muitos funcionários afastados por problemas físicos e psicológicos, em razão do desgaste pela vivência de tantas dificuldades”, informa o representante.
A greve está sendo deflagrada em 18 hospitais federais geridos pela Ebserh em Minas Gerais, Brasília, Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte, Campo Grande, Pernambuco, Maranhão, Paraíba e Cuiabá, mas a expectativa é de que esse número cresça para 26 nos próximos dias. O Sindsep-MG reforça que os atendimentos de urgência serão mantidos nas unidades da Ebserh, em Belo Horizonte e Uberaba, e uma escala de trabalho durante o movimento de greve já foi discutida com a direção dos dois hospitais, com o objetivo de evitar que a população, que já sofre com a precariedade dos serviços de saúde, seja prejudicada.
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