CIDADE

Grupos culturais vão às ruas protestar contra o preconceito

Ontem foi celebrado o Dia da Consciência Negra e as atividades começaram com a 1ª Marcha da Consciência Negra contra o preconceito

Geórgia Santos
Publicado em 21/11/2015 às 08:48Atualizado em 16/12/2022 às 21:13
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Foto/Neto Talmeli

Com música e palavras de ordem, o grupo chamava a atenção da sociedade para o preconceito

Ontem foi celebrado o Dia da Consciência Negra e as atividades começaram com a 1ª Marcha da Consciência Negra contra o preconceito. O grupo saiu da praça da Liberdade (Zumbi dos Palmares) com cartazes, músicas, palavras de ordem e dança rumo à praça da Abadia, chamando a atenção a sociedade para o preconceito.

Um dos organizadores do evento, o professor de História Flávio Saldanha destaca que é importante a realização de eventos no Dia da Consciência Negra, a fim de sensibilizar a sociedade na luta contra a descriminação racial. “Promovemos a marcha para mostrar que ainda existem luta e resistência contra o racismo que atinge a sociedade, independente da classe social. Um exemplo disso foi o que aconteceu com a atriz Taís Araújo. Mas este é só mais um caso entre vários outros em as pessoas não denunciam”, relata.

Muitos que participaram da marcha realizada ontem relataram à equipe de reportagem do Jornal da Manhã situações de preconceito. Edson Fernandes da Silva também é professor, fazia parte do grupo de organização e, de acordo com ele, todos os negros e negras, com certeza, em algum momento viveram uma situação de preconceito. “Como não fujo à regra, eu também sofro com isso. Por conta do cabelo, pessoas que fazem piadas da cor, e até mesmo a própria polícia acha que bandido tem cor. Já fui abordado por conta dessa situação e isso é um constrangimento”, diz.

Outro relato feito ao JM foi do estudante Thomas Edson Gomes Leite. De acordo com ele, hoje já está na faculdade, mas na escola, principalmente no ensino fundamental, sofria bastante com situações de preconceito. “As piadas que faziam, as pessoas acham que é engraçado, mas não é, pois existe um cunho racista”, afirma Thomas.

A marcha seguiu por algumas ruas de grande movimento da cidade até o Santuário de Nossa Senhora da Abadia, onde foi celebrada Missa Afro e, logo após, confraternizações. Houve apresentações de vários grupos culturais afro-brasileiros e, além disso, homenagens. Mulheres negras, que são exemplo de superação, receberam a medalha Maria Carolina de Jesus, que foi moradora de rua, catadora de papel e que se transformou em escritora.

“O resultado de todo evento foi positivo. Fiquei satisfeito com a participação de jovens nesta ação em busca da valorização da raça negra. E, por ser a primeira marcha, foi lindo o acontecimento, e para o próximo ano será ainda melhor”, finaliza um dos organizadores, o professor Antônio Carlos Marques.

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