A queda amargada pelo setor chega a cerca de 50% e o cenário não deve melhorar, já que a expectativa é fechar o ano com baixa produtividade de hortaliças
Venda de sementes em Uberaba amarga queda entre 40% e 50%. Situação vem sendo verificada por empresas especializadas na comercialização do insumo fundamental para o desenvolvimento da agricultura na região. Entre os motivos estão a instabilidade na economia brasileira, bem como a necessidade de chuvas, que são esperadas para o mês de novembro. Porém, a expectativa é que 2015 feche com baixa produtividade de hortaliças.
De acordo com Fernando Furtado Machado Guimarães, que trabalha com vários tipos de sementes de hortaliças, a falta de investimentos na Ceasa de Uberaba permitiu a entrada de produtos vindos de fora, o que vem dificultando a sobrevivência no setor. “Por isso, os produtores daqui têm comprado pouca semente. Outro fator é a venda de mudas. Há vários produtores de mudas que têm vindo de fora para vender aqui, como de Araguari, mas eles compram as sementes em outros lugares”, explica.
O empresário conta que o resultado foi que o número de pequenos e médios produtores frequentando a Ceasa diminuiu de maneira significativa. “Neste sentido, nos últimos dois anos, a venda de sementes para hortaliças caiu muito, algo em torno de 50%. A venda de semente caiu porque agora o pessoal não tem onde vender o produto. Quando a Ceasa estava funcionando melhor, os produtores estavam mais animados. Não há mais os estímulos de antes para plantar”, alerta Fernando Furtado.
Por outro lado, o produtor rural João Carlos Caroni afirma que a instabilidade econômica o fez reduzir em 80% o plantio de hortaliças. Segundo ele, a decisão foi ocasionada pela intensa seca sentida em 2014. “Muitos produtores perderam lavouras e não dispõem de recursos para investimentos em plantio. Além disso, o consumidor está comprando somente o necessário. Por isso, o produtor de hortaliça não sabe o preço do produto que vai vender, pois quem manda no mercado é a oferta e a procura”, frisa.
Caroni aponta, ainda, o dólar como fator agravante do problema. “O aumento do dólar elevou muito o custo de produção. A maior parte do adubo é importado, por exemplo. No início do ano, pagamos R$ 70 no saco de 50kg, agora ele ultrapassa R$ 100. A própria semente subiu muito”, reforça.