Fot Neto Talmeli
O acúmulo de água e sujeira é inerente ao Residencial 2000. Em praticamente todas as vias é possível ver água empoçada por quase toda a extensão das pistas. Isso porque no bairro não há sequer uma rua com bocas de lobo. O dispositivo tem como função receber as águas pluviais que correm pelas valas e direcioná-las à rede coletora.
Na avenida principal do bairro, os moradores não sabem dizer a quanto tempo a água empoçada está no local. “Essa água empoçada está aqui tem muito tempo, é da época que estava chovendo muito. Só que me mudei para cá tem uns seis meses e a água permanece estática. Tento retirar um pouco com a vassoura para que a água não fique parada, mas não adianta, ela sempre volta. Já pedimos para a Prefeitura construir as bocas de lobo, mas não resolve porque eles não fazem”, afirma a dona de casa Sônia Tomaz.
Outro problema decorrente da falta dos bueiros, apontado pelos moradores, é que a água parada também contribui para a proliferação do mosquito da dengue, tema que é tão debatido pelas esferas públicas. Moradora aposentada, que preferiu não se identificar, critica a postura de contrasenso da Prefeitura, preocupada em conscientizar a população, mas não despende a mesma atenção em instalar dispositivos para escoar a água do local, deixando as vias e a população à mercê do Aedes aegypti.
A preocupação dos moradores é extramente relevante, visto que no início do ano, o Residencial 2000 foi apontado pelo Índice de Infestação do Aedes Aegypti (LIRAa) de Uberaba como um dos 14 bairros com o maior risco de proliferação do mosquito. À época, o LIRAa de Uberaba atingiu 2,7%, que é considerado de médio risco pela Organização Mundial da Saúde.
Questionada sobre a instalação de bocas de lobo no bairro, a Secretaria de Serviços Urbanos informou, em nota, que tem conhecimento da ausência dos dispositivos. A secretaria ainda pontua estudo e discussão de projeto, não obstante não ter previsão para iniciar esse trabalho, tendo em vista o momento econômico atual.