CIDADE

Umidade em excesso torna processo de armazenagem de grãos muito lento

Precipitação pluviométrica acima do normal coincidiu com a colheita da soja, causando aumento na umidade do grão

Geórgia Santos
Publicado em 31/03/2015 às 21:32Atualizado em 16/12/2022 às 03:34
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Dificuldade para armazenamento de grãos gera problemas para produtores rurais da região. Fernando Carvalho Borges é produtor, cultiva soja e este ano não está sendo bom para o setor. Primeiro a estiagem atípica no mês de janeiro, depois a chuva em excesso e agora a estocagem.

Segundo ele, as empresas que realizam esse serviço estão demorando demais no recebimento do grão e os caminhões ficam muito tempo esperando em filas para entrega, enquanto que poderiam voltar à propriedade e buscar mais. “O que falta é estrutura. Com a soja molhada por conta da chuva em excesso, a secagem é mais longa, por isso acredito que deveriam ter mais equipamentos para atender à demanda atual. Tivemos prejuízos por conta da estiagem no início do ano e este é o momento ideal para ampliar a colheita, mas não está sendo possível, pois os caminhões precisam ficar esperando na fila para entregar o grão. Enquanto isso, na propriedade suspendemos a colheita, pois sem caminhão para buscar não é possível colher, pela falta de local para armazenar”, explica o produtor rural.

Além de reivindicar uma estrutura mais adequada nos armazéns, Fernando reclama também de produtores de outros municípios que vem a Uberaba para estocar os grãos. De acordo com ele, os armazéns da cidade deveriam atender apenas os produtores do município, isso gera ainda mais atrasos.

Por sua vez, o vice-presidente operacional de um armazém de Uberaba, José Luiz Carneiro, explica que esta é uma situação atípica. “Tivemos uma precipitação pluviométrica acima do normal e que coincidiu com a colheita da soja, causando aumento na umidade do grão. O normal é de máximo 16% de umidade, mas os grãos estão chegando aos armazéns com 28%, por isso o ponto de estrangulamento é o secador. O tempo normal no equipamento é de duas horas, mas está demorando cerca de seis horas. Por isso trava o recebimento, fato que aconteceu em vários armazéns da cidade”, explica. Para finalizar, José Luiz enfatiza que, além de ser uma situação atípica, não esperava por isso, o recebimento foi normalizado e não tem mais espera.

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