CIDADE

Ambientalista defende represa no rio Uberaba, mas seguida de debate

Na década de 1920, o ambientalista Saturnino de Brito defendia necessidade de o município ter controle sobre a nascente do rio Uberaba

Geórgia Santos
Publicado em 25/02/2015 às 07:34Atualizado em 17/12/2022 às 01:17
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Ambientalista e professor Renato Muniz diz que Uberaba precisa investir na preservação e reservação de água para enfrentar crises hídricas e não sofrer com o desabastecimento no futuro. A população está cada vez mais preocupada com os problemas envolvendo o abastecimento de água, uma situação que é antiga, mas só agora, com a falta, se tornou o grande debate do momento. Neste sentido, uma das alternativas que poderiam ser adotadas é a construção de um reservatório no rio Uberaba, mas, segundo Renato, é uma medida que deve ser discutida amplamente e avaliados os impactos, os comparando com o resultado desejado.

“Na nossa região a questão realmente foi apontada há bastante tempo. Na década de 20, o ambientalista Saturnino de Brito foi contratado pela Prefeitura para uma análise quanto ao abastecimento de água. Depois de concluída, ele sugeriu ao poder público que comprasse a área da nascente do rio Uberaba para preservação, o preço era barato e iria garantir uma reserva. Mas o prefeito da época se recusou. O Saturnino havia feito uma projeção, de que, se fossem preservados os mananciais e córregos, seria possível garantir o abastecimento da cidade até que ela atingisse 500 mil habitantes”, lembra Renato.

Como isso não aconteceu, todos hoje estão preocupados com a falta de água. O ambientalista explica que existe uma variação na disponibilidade de água, não há uma regularidade na natureza, então existem momentos em que é menor. Pensando nisto, é preciso investir na reservação e conservação. Vale ressaltar que a Prefeitura possui e já anunciou que pretende construir uma barragem no rio Uberaba em ponto de aproximadamente cinco quilômetros antes da estação de captação, com volume suficiente para abastecer Uberaba por, pelo menos, 90 dias no período da seca.

“Com certeza, essa é uma alternativa, mas antes de pensar no assunto é preciso diálogo. É uma medida de impacto, assim como qualquer intervenção. É preciso pensar também sobre os benefícios que serão gerados à população. Mas, de qualquer forma, o fato é que precisamos ter na cidade uma reserva maior de água para o período de seca. O ideal seria que estivesse no subsolo, mas para isso o solo deve estar coberto de árvores, e isso não é possível em prazo curto, uma medida para 20 anos. Mas, enfim, a construção dessa barragem é uma alternativa e deve ser discutida com a sociedade e técnicos”, explica Renato, lembrando que já existe uma barragem no rio Uberaba, mas subdimensionada para a necessidade de consumo da cidade.

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