CIDADE

No Fabrício, o problema é a proliferação do caramujo africano nos quintais

Especialista esclarece que existe um moluscocida, mas, por ser muito tóxico ao meio ambiente, não é recomendável

Thassiana Macedo
Publicado em 24/02/2015 às 09:06Atualizado em 16/12/2022 às 03:37
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A chegada do verão traz chuvas e dias quentes, cenário em que animais peçonhentos, como cobras, aranhas e escorpiões, e também o caramujo africano saem de seus abrigos à procura de alimento e moradia. Joana Lopes, moradora da rua Padre Zeferino, no bairro Fabrício, conta que os caramujos vêm de uma casa fechada, na esquina com a rua Gonçalves Dias. Lá eles proliferam, sobem o muro das residências vizinhas, atraídos por hortas ou jardins, invadem as casas e chegam a atingir inclusive a rua.

De acordo com o biólogo do Departamento de Endemias e Controle de Zoonoses de Uberaba, Luiz Gustavo Pinheiro Rodrigues, em Minas Gerais não foi encontrado nenhum caso de transmissão de doenças por caramujos, mas é importante evitar contato direto com o molusco. Ele explica que, por ser hermafrodita, cada caramujo africano pode pôr de 300 a 400 ovos e enterrá-los em até 15 centímetros. “O único recurso é a catação periódica manual. O próprio morador tem que colocar a luva plástica nitrílica ou de procedimento cirúrgico e, de manhã, recolher os caramujos que estiverem no quintal, colocando-os dentro de uma sacola com cal virgem. A pessoa terá que pisar nas cascas dentro da sacola, pois, se colocá-los na terra, os caramujos com ovos podem liberá-los no ambiente”, alerta.

Se esse trabalho de eliminação for feito regularmente e de forma correta, evita-se a volta do molusco na época seguinte, já que corta o processo de reprodução. Além disso, o biólogo orienta como se manter livre desse tipo de problema. “O correto é manter a grama bem aparada e não deixar o resíduo orgânico, que é procurado pelos caramujos para se esconder na hora que o sol se põe. Locais com matéria orgânica, lixo e qualquer tipo de madeira entulhada em quintais, principalmente com vegetação, vão ter esse problema. O ideal é evitar jogar folhagem, podar árvores frutíferas e se a pessoa for consumir algum alimento de hortaliças do quintal deve lavar antes com água sanitária. Basta deixar três a quatro gotas de água sanitária em um recipiente com água por 30 minutos”, orienta o biólogo do departamento.

O especialista esclarece ainda que existe um moluscocida, mas, em razão de ser muito tóxico ao meio ambiente, não é recomendável utilizá-lo. As pessoas que necessitarem de mais informações sobre o controle dos caramujos podem entrar em contato com o Departamento de Zoonoses, pelos telefones 3317-4660; 3315-4173 ou 3317-4655.

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