CIDADE

Técnica diz que queda de casos de hanseníase é falta de registro

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, o número de casos em Uberaba caiu de 34 para 21 de 2013 para 2014, mas, segundo técnicos, não reflete a realidade

Geórgia Santos
Publicado em 29/01/2015 às 10:17Atualizado em 17/12/2022 às 01:39
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Fot Sebastião Santos

Ontem, no calçadão, profissionais e estudantes da área de saúde realizaram atividades para marcar a semana de combate à hanseníase com orientações às pessoas

Secretaria de Saúde e alunos da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, do Programa de Educação para o Trabalho, realizam ação de orientação sobre a hanseníase. A atividade aconteceu ontem, quando foi celebrado o Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase, no calçadão da rua Artur Machado, onde foram entregues panfletos e repassadas informações sobre a doença e os cuidados necessários.

Apesar de ser uma doença antiga, muitas pessoas ainda passam pelo problema, algumas estão doentes, com manchas, mas não sabem e nem realizam o tratamento. Segundo a referência técnica de Hanseníase da Secretaria Municipal de Saúde, Adriana Naves Coelho, em 2013 foram registrados 34 casos de hanseníase em Uberaba, em 2014 foram 21, mas isto não significa que está tendo uma redução. Na verdade, os dados revelam que não há uma busca ativa e ausência de preocupação com a doença.

“Sempre realizamos trabalho de mobilização, o ano todo, conversando com as pessoas. Perguntamos se possuem alguma mancha que não há sensibilidade, porém nem todos procuram as unidades de saúde para exames. Nesta semana realizamos mais um trabalho de conscientização para que as pessoas realizem o autoexame e procurem uma unidade de saúde para avaliação. Caso seja diagnosticada, o tratamento da enfermidade é gratuito e simples, apenas com comprimidos”, explica Adriana, lembrando que a hanseníase é uma doença que ocorre na pele, passa para os nervos, e quando isso acontece a pessoa pode perder a sensibilidade das mãos e dos pés.

Além deste trabalho de mobilização, também estão sendo desenvolvidas ações nas Unidades Básicas da Saúde, com a “Semana da Mancha”. Os usuários estão sendo abordados, questionados se possuem alguma mancha sem senilidade, e caso exista, o paciente é agendado, fora da fila eletrônica, para uma consulta com dermatologista. “Estamos desenvolvendo um bom trabalho, na quarta-feira a mobilização foi interessante, muitos chegaram até o estande curiosos, querendo informações, inclusive mostrando manchas que poderiam ser suspeitas da doença”, afirma a referência técnica.

A coordenadora do Programa de Educação para o Trabalho em Hanseníase da UFTM, Adriana Aveiro Ventura, destaca também que no Brasil existem 30 mil casos da doença, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, e a cidade de Uberaba, nos últimos anos, vem recebendo vários migrantes destes locais, por isso é importante desenvolver esse trabalho. “Juntos com o município, os acadêmicos estão ajudando a divulgar essa doença”, afirma Adriana, lembrando que o PET desenvolve esse trabalho de conscientização há dois anos.

 

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