CIDADE

Faltam mais de 70 tipos de insumos na Farmácia Básica

Dos cerca de 85 medicamentos fornecidos gratuitamente pelo município a usuários da rede pública, 51 não estão sendo entregues à população porque faltam no estoque

Thassiana Macedo
Publicado em 23/11/2014 às 13:48Atualizado em 17/12/2022 às 02:35
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Após matéria publicada no último dia 20 pelo Jornal da Manhã, denunciando que há sete meses usuário da rede não consegue pegar três medicamentos de uso contínuo para controle de hipertensão, colesterol e cardiopatias na Farmácia Básica, o conselheiro Estadual de Saúde, Jurandir Ferreira, revela a falta de mais de 70 tipos de insumos, medicamentos e materiais de higiene e limpeza no município.

Segundo Jurandir Ferreira, o levantamento foi fechado na última terça-feira (18) pelo Conselho Municipal de Saúde. O caso já foi inclusive encaminhado à promotora de Justiça em Defesa da Saúde, Cláudia Alfredo Marques Carvalho, para as providências necessárias. Dos cerca de 85 medicamentos fornecidos gratuitamente pelo município a usuários da rede pública, cuja listagem pode ser conferida na Relação Municipal de Medicamentos, 51 não estão sendo entregues à população porque faltam no estoque. Entre eles estão medicamentos antianêmicos, antiparasitórios, antimicrobianos, cardiovasculares, anti-hipertensivos, diuréticos, antigotoso, antialérgico, anti-inflamatório, hormônio tireoidiano e até mesmo vitaminas, antiácido, analgésicos e antitérmicos.

Também são citados na lista medicamentos faltando alguns pertencentes a programas do município, como, por exemplo, o destinado à Saúde Mental, como Bromazepam, Fenobarbital, Prometazina e Nortriptilina.

Nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), o conselheiro destaca que faltam Clopidogrel, Butilbrometo de escopolamina (Buscopan) e Brometo de N-butilescopolamina (Buscopan composto) e Tenoxicam. Também faltam insumos como atadura crepe, equipo, gazes e seringas de 5, 10 e 20 mililitros, bem como materiais de higiene e limpeza, como água sanitária, papel higiênico, papel-toalha, sabão e sabonete.

Na ocasião da denúncia feita pelo JM, a Secretaria de Saúde esclareceu que está se adequando para regularizar os estoques dos medicamentos e que no prazo de 30 dias o problema será resolvido. No entanto, Jurandir Ferreira destaca que esta sempre foi a resposta do município. Para o conselheiro, esta seria uma estratégia para continuar investindo na terceirização, ação que não vai deixar de acontecer no Hospital Regional e na UPA Abadia e, também, poderá ocorrer nas unidades básicas. “O risco é o mesmo visto no país todo, ou seja, as empresas terceirizadas entram, dão uma maquiada, fazendo parecer que haverá um bom atendimento. E de repente vamos perceber que o dinheiro só vai e o serviço não vem. A importância do SUS, em sua essência, é o caminho para a humanização. É o caso da estratégia de Saúde da Família e sua ligação direta entre profissionais e famílias. Na hora em que terceiriza, não há mais comprometimento, pois a ideia é cumprir a meta no contrato, receber o dinheiro e ir embora”, alerta.

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