CIDADE

Sem festa, Dia da Consciência Negra enfoca a luta de resistência de Zumbi dos Palmares

Durante a tarde e noite de ontem foram realizadas na praça Magalhães Pinto peças teatrais e gincana

Publicado em 21/11/2014 às 09:49Atualizado em 17/12/2022 às 02:36
Compartilhar

Fot Jairo Chagas

Zumbi dedicou a sua vida lutando contra a escravatura no período do Brasil Colonial

População vivenciou a luta do negro a partir de atrações do Dia da Consciência Negra. Durante a tarde e noite de ontem foram realizadas na praça Magalhães Pinto peças teatrais e gincana que proporcionaram uma reflexão ao público sobre os valores voltados para a consciência negra. Com o nome “Palmares me Chama: Uberaba vive Zumbi”, o evento promoveu a vivência da luta de resistência de Zumbi dos Palmares.

O Dia da Consciência Negra é comemorado há cerca de 30 anos pelos movimentos sociais. Mas foi somente em 2011, a partir da sanção da Lei 12.219, que se tornou oficialmente o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Zumbi foi o líder do Quilombo dos Palmares, um personagem que dedicou a sua vida lutando contra a escravatura no período do Brasil Colonial. O quilombo tinha a função de lutar contra as doutrinas escravistas e também de conservar elementos da cultura africana no Brasil.

E neste sentido, para promover uma reflexão sobre os valores voltados para a consciência negra, de questões afirmativas, foram realizadas atividades envolvendo a população. “Fizemos gincanas, repassando conhecimento de forma dinâmica, e apresentações típicas da cultura negra, de forma que todos os jovens que participaram das atrações se sentiram envolvidos, a partir da ideia de que todo brasileiro tem direito de acesso a essa cultura”, explicou a presidente do Centro Cultural de Capoeira Águia Branca e também uma das organizadoras do evento, Núbia Nogueira Carvalho.

Diferente do ano passado, em que foi promovida uma grande festa na praça da Abadia, com atrações durante 12 horas, nesta edição o evento não foi festivo, a intenção, segundo Núbia, era fazer com que o publico vivenciasse com alegria a luta do negro, de forma que as pessoas tenham consciência de que a batalha de resistência a um sistema opressor continua.

Quanto ao envolvimento do poder público, para desenvolver projetos e ações voltadas para a comunidade negra, a presidente do Centro Cultural diz que houve avanços. De acordo com ela, os grupos sempre foram ativos, entretanto, as atividades culturais e religiosas permaneceram por um longo período à margem da sociedade, contudo a realidade vem mudando e, com o envolvimento do poder público e o “Movimento Negro”, que sempre foi muito forte, a visibilidade destas atividades ampliou-se.

“Estamos avançando, o governo está colaborando, estamos vivenciando anos de mudanças, como a lei 10.639, que incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar e tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Isso tem nos ajudado a fomentar essa cultura, não apenas de forma artística, mas também, de forma mais ampla, de transcendência do negro, mudando a imagem de vitima, para mostrar a parte de luta e resistência”, explica Núbia, ressaltando que em nível municipal as ideias estão caminhando, mas ainda falta articulação. (GS)

 

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por