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Varejistas vão segurar parte dos repasses para manter as vendas do fim de ano

A Abba tem expectativa de que a ceia de Natal com produtos importados chegue este ano ao consumidor de 10% a 15% mais cara

Thassiana Macedo
Publicado em 21/11/2014 às 10:00Atualizado em 17/12/2022 às 02:36
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Associação Brasileira dos Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (Abba) tem expectativa de que a ceia de Natal com produtos importados chegue este ano ao consumidor de 10% a 15% mais cara devido à alta do dólar, além de custos como folha salarial e inflação. O dólar subiu 14,2% desde setembro e pode pesar sobre as importações de bacalhau, panetones, frutas secas, azeites, vinhos e espumantes. O efeito também seria esperado no setor de brinquedos e presentes. Porém, em Uberaba, o problema será outro.

Para Fernando Caixeta, proprietário de uma loja de bebidas e alimentos importados, pior do que o aumento do dólar é o ônus causado pelo fisco. “Aqui, em Minas Gerais, o que vai refletir negativamente na cesta de Natal de todos nós não será o dólar, e sim o imposto estadual que foi acrescentado ao produto importado no Estado, ou seja, o ICMS. Isso não quer dizer que a alta do dólar não irá impactar no preço, mas o que vai mais influenciar mais será o imposto. É claro que o dólar pode fazer o preço aumentar um pouco, mas como o movimento ainda não está forte, as importadoras não repassaram o preço com medo de não conseguir vender. Então, o que está onerando o produto mineiro, principalmente no segmento de importados, é que o imposto é muito alto”, avalia.

Para se ter uma ideia, para comprar uma garrafa de vinho importado, o empresário precisa pagar 62% de imposto adiantado, percentual que antes do aumento ocorrido este ano chegava a 48%. Segundo Caixeta, isto significa que todos os produtos estarão, em média, cerca de 20% mais caros. Mesmo assim, o empresário não acredita que os consumidores de Uberaba farão substituições dos produtos importados por nacionais para que a ceia fique mais barata. Isto porque quem compra este tipo de produto se interessa mais pela qualidade do que com o preço.

Já o gerente de uma loja de brinquedos e presentes importados, Carlos Humberto da Silva, ressalta que em seu setor, como a maioria das encomendas foram feitas há mais tempo, as lojas conseguirão absorver os aumentos, mantendo a atratividade do produto. “O que compramos hoje foi importado há cerca de nove meses ou há um ano por algumas empresas. Agora eles estão pensando nas importações para o ano que vem, quando aí, sim, será um problema. Embora para este ano tenha havido uma alteração no preço, é uma diferença que as lojas ainda conseguem absorver, porque é um índice menor. O problema serão as importações feitas agora para as vendas no ano que vem, as quais terão um aumento maior”, afirma. Ele aponta que o aumento no preço dos brinquedos importados existe, mas será menor que a alta do dólar, variando entre 4% e 5%. (TM)

 

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