Com meses de atraso para entrega de medicamento pela Secretaria de Saúde, pai de família está preocupado com os seus gastos diante da omissão do poder público. A filha do vendedor Bruno César Alves é portadora de necessidades especiais. Alimenta-se através de sonda com produto de alto custo. Por isto, por meio da Justiça, conseguiu que o fornecimento fosse gratuito. Porém, a última vez que recebeu as latas, conforme determinação judicial, foi no mês de maio, e deste então retira o dinheiro do bolso para que a filha não fique sem se alimentar.
O produto, que também é medicamento, chama-se Peptamen Júnior, custa em média R$182 a lata. A filha de Bruno consome uma lata por dia e a cada mês o gasto é de R$5.400 apenas para alimentação. Além deste produto, outros medicamentos precisam ser comprados. “Instauramos processo judicial justamente por causa do valor, que é alto, apenas solicitamos o alimento, o resto, mesmo tendo direito, pagamos com o nosso dinheiro. Esse tempo todo sem contar com o fornecimento não está sendo fácil”, diz.
Bruno revela que todos os meses procura na Farmácia de Acolhimento e a resposta que recebe é sempre a mesma: de que esse medicamento está em falta. “Se estou conseguindo comprar as latas é porque conto com a ajuda da minha família. Já vendi alguns bens, como a minha moto, e também fiz empréstimos para conseguir bancar esse custo, que é muito alto, nem mesmo a pediatra dela, que tem condições financeiras melhores que a minha, que sou vendedor, disse que não conseguiria arcar com esse custo”, explica Bruno, ressaltando ser este o único produto que serve para alimentar a filha.
Diante desta situação, o vendedor fica indignado com poder público por não estar cumprindo uma ordem judicial, e essa não é a primeira vez que enfrenta problema com o fornecimento. O processo existe desde 2012, e durante todo esse tempo o repasse nunca foi contínuo. “Já estou no meu limite, não tenho mais onde recorrer para pedir ajuda”, afirma.
Segundo informações repassadas pela assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde, o fornecedor que ganhou a licitação entregou o produto errado. Após verificação da farmacêutica, a empresa foi acionada a substituir pelo Peptamen Júnior, o mesmo se comprometeu a fazer a troca até a próxima semana. Assim que chegar à Farmácia, a família será comunicada.