CIDADE

Declaração de óbito não tem diagnóstico conclusivo, diz diretora

A coordenadora explica que o traumatismo craniano em alguns casos pode não ser visível, e o fato de ele estar tendo crises epiléticas

Geórgia Santos
Publicado em 30/09/2014 às 21:11Atualizado em 17/12/2022 às 03:27
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Secretaria de Saúde se posiciona novamente e afirma que diagnóstico exposto em declaração de óbito não pode ser conclusivo para garantir que a morte do paciente Juarez de Sousa aconteceu por conta de queda da maca. De acordo com a coordenadora do UPA São Benedito, Ludmila Borges, o paciente ficou internado no Hospital de Clínicas por 18 dias, e ela não teve acesso ao prontuário para saber a evolução do quadro clínico.

“O paciente teve uma crise epilética assim que chegou à unidade. Isso não havia acontecido antes, pelo menos os profissionais de saúde que o atenderam não foram informados. E o fato aconteceu no momento em que a enfermeira estava fazendo a ficha de atendimento, não havia acompanhante, e nós, da UPA, nos responsabilizamos por isso naquele momento, neste instante ele caiu ao chão, o que lhe causou uma lesão acompanhada de sangramento. Realizamos todo nosso protocolo de urgência e esse paciente foi encaminhado ao HC para tratamento do trauma e crises epiléticas”, explica Ludmila, ressaltando que o paciente poderia ter sofrido outro traumatismo antes de chegar à unidade, justamente por conta do ataque epilético sofrido em via pública, e isso o ter deixado inconsciente. Por isso, não é possível afirmar que a queda da maca foi o motivo que o levou à morte.

A coordenadora explica que o traumatismo craniano em alguns casos pode não ser visível, e o fato de ele estar tendo crises epiléticas, como também a inconsciência, é indicativo de traumatismo craniencefálico, o que aconteceu antes. O Corpo de Bombeiros realizou apenas exame superficial, não poderia constatar esse traumatismo. “Não tínhamos conhecimento deste paciente, não sabíamos do caso, pois, normalmente, pacientes com muitas crises epiléticas são frequentes na unidade. Mas este não era”, explica a coordenadora.

Portanto, Ludmila reafirma que não é possível chegar a uma conclusão definitiva de que este paciente morreu por conta da queda na maca. “Além da possibilidade de ele ter tido um traumatismo antes, e os sintomas que ele apresentou aqui nos levam a essa situação. A pneumonia e o choque séptico podem ter sido por conta da intubação na UPA ou infecção hospitalar no HC. Ele também já podia estar com pneumonia antes. Para fazermos afirmativas é preciso ter acesso e fazer um estudo do prontuário”, explica Ludmila, ressaltando que hoje a UPA possui, sim, condições para atender paciente com dependência química, com profissionais capacitados e treinados para controle das crises, por exemplo.

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