CIDADE

Família contesta SMS e diz que queda de maca matou paciente

Família e funcionários da Comunidade Terapêutica Metamorfose reafirmam que o paciente Juarez de Sousa morreu devido à queda

Geórgia Santos
Publicado em 30/09/2014 às 21:05Atualizado em 17/12/2022 às 03:27
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Família e funcionários da Comunidade Terapêutica Metamorfose reafirmam que o paciente Juarez de Sousa morreu devido à queda de uma maca na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do bairro São Benedito. O Jornal da Manhã trouxe o fato na coluna Sentinela, edição de segunda-feira (22), e na terça-feira a Secretaria de Saúde, em nota à imprensa, confirmou a queda, mas garantiu que a morte não está relacionada ao fato, entretanto, familiares, amigos e os funcionários da clínica em que Juarez era atendido discordam deste posicionamento.

O desempregado Juarez de Sousa era dependente químico e, no dia 2 de setembro, foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, visto que ele estava inconsciente na rua Aluísio de Melo Teixeira, no bairro Fabrício. Foi levado à UPA São Benedito para tratamento e, conforme relataram os militares no boletim de ocorrência, até chegar à unidade, o paciente não possuía nenhuma fratura. Entretanto, na declaração de óbito de Juarez, que morreu no último domingo (28), assinada pelo médico-legista, foram assinalados quatro diagnósticos: choque séptico, pneumonia, hematoma epidural e traumatismo craniencefálico.

“Esse diagnóstico veio depois da queda, típico de um tombo, que o levou a ter um traumatismo e o hematoma, que é um coágulo na cabeça e se rompe após a queda. Com relação à pneumonia, ela aconteceu provavelmente devido à secreção de sangue que atingiu o pulmão. Quanto ao choque séptico, isso é provocado depois de várias infecções juntas, devido à queda da maca. Portanto, a morte de Juarez foi devido à queda, pois, segundo relataram os bombeiros em documento, ele não possuía nenhum ferimento aparente antes de chegar à unidade”, explica o técnico de enfermagem que acompanhou o tratamento de Juarez na Comunidade Terapêutica, Ednei Botelho Marques.

O comerciante Maurício José Costa, que abrigava Juarez no período em que ficava fora da clínica, cobra transparência do poder público. Ele afirma que os médicos da UPA deveriam ter acionado a Polícia Militar para relatar a queda, e cobra também um atendimento de qualidade, principalmente com dependentes químicos, que precisam de atenção especial. “O Juarez já esteve outras vezes na UPA, não tinha doença alguma para morrer, por isso afirmo que a queda foi o motivo da morte. Quando cheguei à unidade, tentei vê-lo, mas me impediram, e sei que não o colocaram em maca com proteção, por isso ele caiu. Um dependente não pode ser colocado em qualquer maca, ela deve ser segura”, afirma Maurício, que recebeu autorização dos filhos de Juarez para expor sua indignação na imprensa.

Para finalizar, o técnico de enfermagem, apesar de estar há pouco tempo tratando dos dependentes químicos, afirma que hoje Uberaba não possui uma estrutura adequada e nem profissionais especializados para atender esses pacientes e por isso fatos como este acontecem. “Existe o Caps-AD, mas não é uma unidade que está aberta 24 horas, e fatos como este não têm hora para acontecer”, finaliza.

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