ALTERNATIVA

Com articulações em andamento, eleições de 2020 correm risco

Lídia Prata
Publicado em 11/06/2019 às 07:18Atualizado em 17/12/2022 às 21:35
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Por Gê Alves

O que será. Conta pra lá... conta pra cá... junta partido... traça estratégia. A política já ferve nos bastidores de todos lados. As matemáticas e estratégias e contatos mostram a coisa bastante adiantada. Mas tem uma incógnita no meio do caminho, apavorando os grupos políticos: a possibilidade de ser aprovada a PEC que visa a unificar as eleições no Brasil, ou seja, irmos à urna a cada quatro anos e escolher todos os representantes (presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores). Ocorre que, sendo assim, todo o trabalho pode ir por água abaixo, haja vista que as eleições previstas para 2020 podem ficar para 2022 e, naturalmente, ser prorrogados os atuais mandatos na esfera municipal.

Justo. Por requerimento do vereador Alan Carlos e acatamento do prefeito Paulo Piau, o Arquivo Público de Uberaba passa a se chamar Hidelbrando Pontes, que, como Piau, foi prefeito e engenheiro agrônomo. O advogado e historiador Guido Bilharinho deu show ao explicar resumidamente em evento da Academia de Letras do Triângulo Mineiro quem foi o ex-prefeito de Uberaba, como pesquisador, político e profissional. Para se ter uma ideia, mapeou a hidrografia da região, nominando cada curso d’água. Lembremo-nos que naquela época nem se sonhava com internet ou mesmo tecnologias menores. Na política, tinha conselheiros de direita e esquerda para ter visão global da sociedade. A história de Uberaba é tão rica e a gente pouco conhece dela.

Índices. No mesmo evento, Piau e a secretária de Educação, professora Silvana Elias, foram pura troca de elogios. Ele se referiu a ela como a melhor secretária municipal de Educação de Minas Gerais. Na sequência, a professora devolveu a gentileza/reconhecimento, referindo-se a PP como o prefeito da Educação. É que Uberaba, entre as cidades com mais de cem mil habitantes, foi reconhecida pela Frente Nacional de Prefeitos como a número um em educação do Estado (2018/2019).

Sucessão. Será daqui a sete dias que os procuradores da República vão escolher os nomes para formação de lista tríplice para o comando da PGR. Cabe ao presidente Bolsonaro decidir e ele já sinalizou que aguarda as indicações. Estão na disputa dez candidatos. O processo acontece em plena atitude ilegal e sensacionalista apelidada de “vazajato”, que expôs para o mundo conversas de representantes da entidade em aplicativo de mensagens instantâneas.

Encontro. Falando em Executivo e Legislativo, foi ontem, como informamos, às 14h, na Câmara, reunião com o prefeito. No requerimento os vereadores pediam a presença também dos secretários de Governo e de Obras e Serviços Urbanos. Mas o grupo chegou mais denso, com a presença também dos secretários de Gabinete, Administração, Segurança Pública, Trânsito e Transportes e de Planejamento. Acertos de comunicação entre Poderes foi o tema que mais ocupou a pauta.

“Han”!? O pedido aprovado no plenário para a presença do prefeito e secretários em reunião foi assinado pelos 14 vereadores. Ocorre, no entanto, que dois faltaram sem justificativa: Edcarlo Kaká Carneiro e Tiago Mariscal, justamente os dois que mais protestam em plenário e escandalizam nas redes sociais. Como entender um negócio destes!? Com todo respeito aos dois vereadores, difícil outra leitura que não seja a de que os esperneios têm muito mais caráter político-artístico-eleitoreiro-espetaculoso do que busca de soluções. O palco para dialogar e construir e cobrar ou apresentar críticas estava ali... só que sem plateia.

Sem desvio. Por certo, pouquíssimos se lembram quando foi feito o desvio na principal rodovia federal que corta Uberaba, no bairro São Cristóvão. Agora mesmo chega a 10 anos. Leitores cobram do deputado federal Franco Cartafina que trabalhe por recursos federais para o reparo. E de quebra, se puder, ao invés de tentar influenciar na nomeação de dupla socialista para a UFTM, brigar para aumentar o efetivo da Polícia Rodoviária Federal, que está minguadíssimo.

Show da vida! Imagem mostra a estada da jornalista Renata Capucci, semana passada, no bosque JFK, em Araguari, para captação de imagens e sonoras para matéria levada ao ar no “Fantástico” deste domingo. Fiquei orgulhosa em saber das pioneiras do futebol feminino no Brasil aqui tão pertinho. Certamente boa parte da região desconhecia as mulheres jogadoras de futebol da década de 70. Eu nem imaginava. A Cristiane representa a mulherada com sua performance em campo para alegria do Brasil, mas quanto à Dona Darci, Zalfa, Heloísa e Companhia, vamos combinar que bateram um bolão e abriram caminhos

Violência. Aliás, vocês têm acompanhado o índice de feminicídios no Brasil? Vamos ficar quietos porque AINDA não é com a gente!? É sim... A causa tem que ser nossa, independente de gênero e opção sexual. Tem que ser de quem não concorda com esta barbárie.

Censura. Eu abomino – e não é surpresa para ninguém – qualquer forma de imposição absurda, incompatível. Penso que as pessoas nasceram para ser livres, felizes e responsáveis pelas consequências de suas escolhas. E por isto, para mim, quanto menor a interferência do Estado sobre a vida particular das pessoas, tanto melhor. Penso que o exagero nas imposições e proibições, além de questões religiosas sobrepondo a um estado laico por sua Constituição, também demonstra fraqueza. O censor é um fraco que não admite esta condição. Fraco porque não consegue convencer, então proíbe o que não é da sua conta, onde não deveria ingerir; ou fraco porque não consegue lidar com o contraditório, com o diferente e não sabe administrar conflitos. E ante a sua fraqueza gera – mas não se importa – conflitos muito maiores.

Alerta. Foi só um desabafo, ante o que ouvi (mais um caso apenas entre tantos país afora) da escritora infantil Alessandra Pontes Roscoe, sexta-feira, aqui em Uberaba. Disse que foi jornalista de política e economia e nunca foi tão censurada que como escritora infantojuvenil. Ela teve recentemente que mudar sua obra porque “o quarto porquinho não pode cair no caldeirão”. E disse: “Hoje escrevo pra existir e resistir. A gente vai mudar pelo caminho da educação e da cultura. Então, acordem suas infâncias; desamarrotem suas asas. A literatura é a antítese da impossibilidade. Com livro aberto, a gente pode tudo!”.

E é com este chamamento crítico que encerro minha estada por aqui. Lídia volta amanhã! Muito obrigada a ela e a cada leitor!

 

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